Nome: Crave A Marca
No Original: Crave The Mark
Autor (a): Veronica Roth
Tradutor (a): Petê Rissatti
Páginas: 480
Editora: Roccot
Comprar: Submarino - Amazon - Saraiva - Cultura
Sinopse: Crave a marca chega às livrarias brasileiras pelo selo Rocco Jovens Leitores, responsável pela publicação de Divergente no país, e já está disponível para pré-venda. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, o livro conta a história de dois jovens de origens e dons distintos – Cyra Noavek e Akos Kereseth – cujos destinos se cruzam de forma decisiva num planeta em guerra. Crave a marca surpreenderá não só os fãs de Veronica Roth, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.
Quando soube que Veronica Roth lançaria um livro e que era o primeiro de uma nova trilogia prometi que não iria ler. Ainda estava e ainda estou frustrada com o que ela fez no último livro de Divergente, mudando a personalidade de quase todo mundo e fazendo escolhas apenas para chocar ao invés de encerrar a trilogia de um modo adulto e crível. Contudo não resisti quando vi o cenário de sua nova trilogia: espaço. Com planetas diferentes e uma mitologia que parecia diferente de tudo o que eu havia encontrado Veronica Roth começa seu novo livro apostando alto em um universo diferente, grande e que arrisca com elementos próprios, no meio de muitas coisas que conhecemos de outras paradas. Crave A Marca é audacioso, mas tem seus problemas se você olhar mais a fundo. Conheçam.
Shotet e Thuvhesit, dois povos dividindo um planeta, dois povos com culturas diferentes, e no meio Cyra dos Shotet e Akos dos Thuvhesit. Roubado de rua casa para servir na família de Cyra depois de sua fortuna ser revelada Akos tenta se adaptar enquanto um mundo de intrigas políticas, rivalidades tribais e desavenças de gerações se desenrolaram. Cyra desde cedo lida com o que aparenta ser um dom, mas que torna sua vida uma dor completa. Não há um só dia que ela não sinta dor. Usada como arma por seu irmão ela leva na pele as marcas das vidas que já tirou, como manda a tradição Shotet. Quando as intrigas e as rivalidades não só de seu planeta falam mais alto Cyra e Akos vão ser pegos no meio da confusão. E ao final o preço pago pelos dois pode ser alto demais...
A narrativa é ágil e alternada, com belas descrições e uma ambientação vívida, que cativa o leitor e surpreende com elementos variados da ficção científica numa trama política que me lembrou space operas e por esse aspecto Roth não deixa a desejar, porém o que pegou para mim no livro foi um pouco a glamour que atribuem a dor crônica. Eu passo por isso faz anos e não tem nada de glamour em viver uma vida irritada e sem sossego. Cyra é uma personagem que parece mais forte do que é e a forma como é colocada a questão do seu dom deixa bem aberta o problema de parecer mais fácil e uma coisa feliz ter essa "oportunidade" de carregar a dor. Entendo os aspectos culturais que a autora tenta aplicar quando fala do dom da protagonista, mas não desceu bem. Ok, dor deixa as pessoas resilientes, mas o caminho até lá não é bonito.
Por mais que o livro tenho um bom ritmo, uma história intrincada e que consegue despertar a curiosidade você ainda pode ver o problema dos estereótipos de raça e religião. Roth peca ao cair nesses estereótipos e perde uma chance enorme, porque sua história é audacioso, os planetas, os diferentes povos, a corrente, é tudo intrigante e ficamos curiosos. O problema é passar por cima e fazer vista grossa para algumas passagens e alguns comentários dos protagonistas, assim como algumas descrições que reforçam o velho "negro, selvagem e mau", "branco, culto e bom". É uma pena que a autora tenha se descuidado e deixado passar, ou eu espero que sim, que seja descuido.
Leitura que flui em ritmos diferentes, ora rápida, ora lenta, instiga o leitor até o fim e terminamos curiosos para mais. É quando você começa a pensar no livro após a leitura é que fica a impressão de que tem algo que não bate. Aguardo o próximo livro não só pela trama como por esses detalhes, para ver o que Roth vai fazer a respeito visto que pelas resenhas o comentário tem sido geral. A edição da Rocco está perfeita, capa muito bem adaptada, tradução cuidadosa e timing perfeito. Recomendo aos que gostam de ficção científica misturada com um toque de fantasia, um universo semelhante a muitos, mais diferente, que consegue inovar, mas esteja atentos aos detalhes citados acima. Leiam e decidam! Até mais!
Shotet e Thuvhesit, dois povos dividindo um planeta, dois povos com culturas diferentes, e no meio Cyra dos Shotet e Akos dos Thuvhesit. Roubado de rua casa para servir na família de Cyra depois de sua fortuna ser revelada Akos tenta se adaptar enquanto um mundo de intrigas políticas, rivalidades tribais e desavenças de gerações se desenrolaram. Cyra desde cedo lida com o que aparenta ser um dom, mas que torna sua vida uma dor completa. Não há um só dia que ela não sinta dor. Usada como arma por seu irmão ela leva na pele as marcas das vidas que já tirou, como manda a tradição Shotet. Quando as intrigas e as rivalidades não só de seu planeta falam mais alto Cyra e Akos vão ser pegos no meio da confusão. E ao final o preço pago pelos dois pode ser alto demais...
A narrativa é ágil e alternada, com belas descrições e uma ambientação vívida, que cativa o leitor e surpreende com elementos variados da ficção científica numa trama política que me lembrou space operas e por esse aspecto Roth não deixa a desejar, porém o que pegou para mim no livro foi um pouco a glamour que atribuem a dor crônica. Eu passo por isso faz anos e não tem nada de glamour em viver uma vida irritada e sem sossego. Cyra é uma personagem que parece mais forte do que é e a forma como é colocada a questão do seu dom deixa bem aberta o problema de parecer mais fácil e uma coisa feliz ter essa "oportunidade" de carregar a dor. Entendo os aspectos culturais que a autora tenta aplicar quando fala do dom da protagonista, mas não desceu bem. Ok, dor deixa as pessoas resilientes, mas o caminho até lá não é bonito.
Por mais que o livro tenho um bom ritmo, uma história intrincada e que consegue despertar a curiosidade você ainda pode ver o problema dos estereótipos de raça e religião. Roth peca ao cair nesses estereótipos e perde uma chance enorme, porque sua história é audacioso, os planetas, os diferentes povos, a corrente, é tudo intrigante e ficamos curiosos. O problema é passar por cima e fazer vista grossa para algumas passagens e alguns comentários dos protagonistas, assim como algumas descrições que reforçam o velho "negro, selvagem e mau", "branco, culto e bom". É uma pena que a autora tenha se descuidado e deixado passar, ou eu espero que sim, que seja descuido.
Leitura que flui em ritmos diferentes, ora rápida, ora lenta, instiga o leitor até o fim e terminamos curiosos para mais. É quando você começa a pensar no livro após a leitura é que fica a impressão de que tem algo que não bate. Aguardo o próximo livro não só pela trama como por esses detalhes, para ver o que Roth vai fazer a respeito visto que pelas resenhas o comentário tem sido geral. A edição da Rocco está perfeita, capa muito bem adaptada, tradução cuidadosa e timing perfeito. Recomendo aos que gostam de ficção científica misturada com um toque de fantasia, um universo semelhante a muitos, mais diferente, que consegue inovar, mas esteja atentos aos detalhes citados acima. Leiam e decidam! Até mais!
Trilogia Crave A Marca - Veronica Roth
1- Crave A Marca
2- Sem Título Ainda
3- Sem Título Ainda
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