20/12/2016

Resenha - Tudo e Todas As Coisas


Nome: Tudo e Todas As Coisas
No Original: Everything Everything
Autor (a): Nicola Yoon
Tradutor (a): Amanda Orlando
Páginas: 304
Editora: Novo Conceito
Comprar: Submarino - Saraiva - Amazon - Cultura
Sinopse: Minha doença é tão rara quanto famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Qualquer coisa pode desencadear uma série de alergias. Não saio de casa nunca sai em toda minha vida. As únicas pessoas com quem convivo são minha mãe e minha enfermeira, Carla. Eu estava acostuma com minha vida até o dia que ele chegou. Pela janela olho para o caminhão de mudança, e então o vejo. Ele é alto, magro e está vestindo preto da cabeça aos pés. Seus olhos são de um azul como o oceano. Ele me pega observando-o e me encara. Encaro-o também. Descubro depois que seu nome é Olly.

Lembro-me de ter ficado bastante curiosa com a sinopse do livro pouco antes de seu lançamento lá fora e quando a notícia de que o livro iria ser adaptado para o cinema saiu fiquei ainda mais curiosa para ler. Filmes baseados em livro se tornaram, digamos um "hobby" e o livro de Nicola Yoon parece entrar na categoria que tem se tornado favorita de hollywood, livros jovens com um toque de drama. Após a leitura posso dizer que "Tudo e Todas As Coisas" é no mínimo estranho, e tem tudo a ver com os riscos que a autora está disposta ou não a correr. Conheçam e entendam.

Madeline é alérgica ao mundo. Portadora de uma síndrome autoimune rara ela vive em isolamento. Seu mundo é sua casa, seu quarto e seus livros, tudo esterilizado e controlado 24 horas por dia, 7 dias por semana desde que ela se lembra de alguma coisa. Sua mãe é médica e faz o possível para ela viver bem. Sua única companhia além da mãe é a enfermeira Carla e depois de dezessete anos em isolamento Madeline aprendeu a ter paciência, a não desejar (muito) as coisas, a não esperar. Porém com seu aniversário e a mesma rotina ela está passando por um momento difícil. Por isso quando o barulho de um caminhão estacionando chega até seu quarto Madeline diz para si mesmo que não é nada demais. Da última vez que teve alguém naquela casa as coisas não terminaram bem, mas ela tinha 8 anos, "agora vai ser diferente" Madeline diz para Carla e para si mesma. Contudo observar a família vizinha pela janela vira rotina assim como Olly, o filho mais velho que está sempre de preto e tem um sorriso enorme. Quando ele e sua irmã aparecem na porta para oferecer um bolo de boas-vindas e sua mãe recusa Olly começa a encenar com o bolo moribundo e Madeline até tenta não observar. Assim eles começam a trocar e-mails, e assim Madeline começa a imaginar "e se", e a desejar uma vida diferente...

Essa é a premissa do livro de estreia de Nicola Yoon e devo dizer que gostei muito do começo, da ambientação e principalmente da impressão que a autora conseguiu captar. Eu tive câncer com 16 anos e fiquei confinada em casa por anos sem sair e algumas partes consegui entender perfeitamente o que Madeline estava dizendo e sentindo. A perspectiva de que nada ia mudar era sufocante e a autora fez um trabalho maravilhoso e sensível ao captar com bastante precisão toda a frustração misturada com aceitação e resiliência por parte de Madeline. A narrativa em primeira pessoa é fluída, cativa o leitor logo no começo com um ambiente que salta das páginas à medida que a história se desenrola, mas, sim tem um "mas" e um bem grande infelizmente...

Mas Yoon resolveu tomar o caminho mais fácil. Tudo e Todas As Coisas tem uma premissa única e bem criativa, que parecia fugir ao lugar-comum que a maioria dos livros caíram hoje em dia, mas a autora preferiu não arriscar, preferiu o caminho mais seguro. Entre o aplauso de pé da maioria dos leitores independentemente da idade e o suspiro dos leitores mais jovens ela escolheu o suspiro. A história se encerra de modo adequado, um tanto triste e uma surpresa, mas nem perto do grande "pqp" que poderia ter sido.

Leitura rápida, que nos instiga pelo trágico da situação e pelos sentimentos que a protagonista desperta, a desolação de viver isolada do mundo e dos sonhos nunca realizados e os personagens são muito bons, a personagem secundária Carla também, mas nada redime a escolha da autora. Termino o livro pensando no "e se a autora tivesse ido até o fim em suas escolhas?" e toda vez que lembrar do livro ou que alguém falar sobre ou que eu ver notícias sobre o filme vou pensar nisso. Vamos ver o filme como vai ficar, será que mudam alguma coisa? A edição da Novo Conceito está ótima, capa muito bem adaptada assim como toda a edição. Recomendo a quem gosta de livros diferentes, seja no gênero jovem-adulto ou não. Mesmo com o "mas" ainda assim é um livro que foge do comum e vai agradar quem procura algo novo. Leiam! Até mais!

Acompanhe a editora Novo Conceito:

Um comentário:

  1. Oi Yasmin, este livro esta na minha listinha tem um tempo e assim como você quero ler logo pois vai ir para as telinhas e gosto de ter uma visão antes do filme. Fico feliz que venceu sua batalha e que esteja bem hoje em dia. adorei sua resenha e me deixou ainda mais intrigada a ler.
    Beijos
    dicasdaisacereser.blogspot.com.br

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