02/06/2014

Resenha - Sol e Tormenta


Nome: Sol e Tormenta
No Original: Siege and Storm
Autor (a): Leigh Bardugo
Tradutor (a): Eric Novello
Páginas: 368
Editora: Gutenberg
Comprar: Eba Livros - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Perseguida ao longo do Mar Real e aterrorizada pela memória dos que se foram, Alina Starkov tenta levar uma vida normal com Maly em uma terra desconhecida, enquanto mantém em segredo sua identidade como Conjuradora do Sol. Mas ela não pode ocultar seu passado e nem evitar seu destino por muito mais tempo. Ressurgido de dentro da Dobra das Sombras, o Darkling retorna com um aterrorizante e novo poder e um plano que irá testar todos os limites da natureza. Contando com a ajuda e com os ardis de um admirável e excêntrico corsário, Alina retorna ao país que abandonou, determinada a combater as forças que se reúnem contra Ravka. Mas enquanto seus poderes aumentam, ela se deixa envolver pelas artimanhas do Darkling e sua magia proibida, e se distancia cada vez mais de Maly. Ela será então obrigada a fazer a escolha mais difícil de sua vida: ter sua pátria, seu poder e o amor que ela sempre pensou ser seu porto-seguro ou arriscar perder tudo na tormenta que se aproxima.

A trilogia Grisha foi uma daquelas que me conquistou logo após eu conhecê-la, sem ao menos a certeza de que a história seria boa. Tudo por causa da base cultural que o livro tem. Soube no momento eu que vi a capa do primeiro livro que Leigh Bardugo havia mergulhado no folclore e na mitologia russa para construir seu universo e após a leitura do mesmo estava apaixonada pelos elementos que ela utilizara e pela forma que escolhera explorar os meandros desse folclore tão rico ao mesmo tempo em que apresentava um único próprio, rico e inovador. Por esse motivo, a continuação da trilogia estava na lista de prioridades e após algumas horas de leitura digo que valeu a expectativa. Conheçam o sombrio universo de Ravka e dos Grisha.

Alina e Maly estão escondidos desde a arriscada fuga que empreenderam dentro da Dobra das Sombras, a sombria mancha de escuridão, o Não-Mar, habitadas por terríveis monstros que corta Ravka ao meio e que aterroriza o país há séculos. Alina tenta se adaptar a vida e manter em segredo o fato que é uma Conjuradora do Sol, mas pouco adianta. O Darkling, com seu poder de conjurar a escuridão a encontra com facilidade revelando novos e terríveis poderes a ela. Alina não acredita no que está vendo e as palavras do Darkling sobre ela, e sobre como o poder irá consumi-la a tocam profundamente e as revelações que ele faz sobre os amplificadores que tanto deseja a atemoriza mais do que tudo. Porém antes de ter tempo para pensar Alina e Maly são resgatados em um ataque surpresa. Levados por Sturmhond os dois se veem na companhia do Corsário e de uma tripulação bastante eclética, entre eles dois Grishas que nunca pertenceram ao Segundo Exército e nem servem ao rei. Alina está aliviada por ter escapado do Darkling, mas algo à diz que o pior ainda está por vir. No meio da fuga eles conseguiram levar também o Açoite do Mar, a incrível criatura que outrora Alina acreditava ser apenas um contos de fadas e cujas escamas serviriam como um amplificador. Ela o quer, já basta o terrível colar que carrega, mas se quiser vencer o Darkling precisará de toda a ajuda. Contra a vontade de Maly Alina aceita o novo amplificar. Sentindo cada vez o poder pulsar dentro de si e uma solidão forte crescer Alina terá que lidar com as surpresas que Sturmhond guardou para ela. Ele não é quem diz ser e seus planos são muito mais audaciosos que jamais sonhou. Ele pode ser um valioso aliado, mas Alina sabe que não pode confiar em ninguém quando se trata de poder, nem em si. Lidando com o estranho fanatismo que surgiu em Ravka desde que escapou da Dobra, com as pessoas a chamando de Santa e com o medo constante do Darkling e de si mesma, Alina precisará de forças para reunir os Grishas que não ficaram do lado do Darkling como um exército forte e leal, ao mesmo tempo que empreende a busca pelo terceiro amplificador, o pássaro de fogo, tenta lidar com suas próprias mudanças e com todos que querem controlá-la....

É a partir dessa premissa que se desenvolve guardando muitas surpresas e reviravoltas. Bardugo imprime um ritmo forte e ágil no desenrolar da trama, sem quebras a autora conduz o leitor cada mais fundo nos problemas de Alina e à medida que a vida da protagonista se complica a história cresce. A fluidez da narrativa aliada a descrições bem colocadas levam a ambientação surpreendente, onde o mundo ganha mais elementos próprios, de lendas a costumes, até mesmo um idioma. Bardugo inova e arrisca equilibrando uma mitologia riquíssima e bons personagens. É impossível não ser cativado pelo sombrio universo da história e mais ainda não se ver preso ao intricado jogo de poderes que acontece em torno de Alina.

Através da voz narrativa de Alina conseguimos captar bastante de seus medos e angústias, porém é nítida a falta que o ponto de vista de Maly e/ou Sturmhond faz para a trama. Adoraria ter acompanhado o lado de Sturmhond, o personagem é engraçado, tem uma inteligência afiada e uma personalidade mutante que dá um ar leve ao livro. Bardugo consegue com os diálogos de Sturmhond suavizar o peso da trama, mas sem deixar de surpreender o leitor com mudanças aqui e ali. Meu único problema foi Maly. Não concordo com o modo que ele ama a Alina. Ele deveria entender e não apenas colocar-se no papel de seguidor dela apenas para reclamar depois. E que amor é esse que não confia em nenhum sentido? Como a narração é do ponto de vista dela ficou ainda pior ver Maly agindo da forma que agiu. Ela já estava insegura e ele só piorou o quadro.

Acompanhando o clima sombrio e denso de toda a trama o final foi explosivo, ágil e deixa o leitor com o fôlego preso à espera de mais. Enredada em uma teia de segundas intenções a protagonista está no limite e mal posso esperar para saber o final que tudo vai ter. Gostei muito do conjunto do livro, clima, elementos e personagens novos e as revelações da trama central. Leitura rápida, que instiga e fascina na mesma proporção. Além de apresentar uma trama intricada, inteligente e criativa, Leigh Bardugo construiu uma fantasia de universo assombroso, com uma organização rica e que conquistará leitores de todas as idades com seu clima sombrio e forte de um país à beira do colapso.

A edição da Gutenberg está ótima, desde a fonte até a adaptação da capa. Não sei se vocês sabem, mas o título do livro não seria esse que saiu e sim Sol e Tempestade. A editora mudou em todos os lugares, mas deixou passar uma vez nos agradecimentos da autora. Anunciaram na semana passada que a trilogia será adaptada para os cinemas e mal posso esperar porque é muito rico o universo e a trama é interessante. Juntando isso aos toques de cultura, folclore russo e o filme ficará perfeito. Recomendado a todos que procuram uma fantasia jovem adulto rica, instigante, com bons personagens, um clima forte e uma trama criativa. Leiam e se surpreendam! Até mais!

Trilogia Grisha - Leigh Bardugo
1- Sombras e Ossos
2- Sol e Tormenta
3- Ruin and Rising

6 comentários:

  1. Oi! Só para começar achei lindo a cor dessa capa, o fundo, ficou muito bonita, agora a resenha, adorei a resenha, concordo contigo no que falou porque no livro 1 eu quis muito que tivesse mais narradores, estou super ansiosa para ler ele. É uma das minhas trilogias favoritas, sua resenha me deixou mais ansiosa do que já tava! Abs!

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  2. De fato essa leitura guarda para o leitor muitas surpresas e se já foi selecionado para ser adaptado para um longa, é bom agilizar essa leitura o quanto antes.
    Fiquei com muita vontade de ler essa trilogia!
    Abraços.

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  3. Com um final desses, ágil e explosivo e de deixar todos sem fôlego, como não ler? Estou acompanhando por resenhas, mas é difícil já que a cada livro a história se torna cada vez mais envolvente.

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  4. Nossa essa trilogia parece ótima, e vai ser adaptada para os cinemas, fiquei doida pra ler!

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  5. Quero muito ler essa trilogia, mas ainda não consegui comprar, as capas são perfeitas e pela resenha tenho certeza que vou amar, acho o máximo quando autores recriam a mitologia de outros países, vi o livro na Cultura e achei lindo pessoalmente, parece o tipo de livro que adoro. Ótima resenha! Beijo para ti!

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  6. Ainda não tive a oportunidade de ler o primeiro livro da trilogia mas já estou encantada com o segundo. A capa é lindíssima e ler sua resenha só me fez ficar ansiosa para ler o livro. Parabéns pela resenha.

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