07/08/2015

Resenha - No Início Não Havia Bob


Nome: No Início Não Havia Bob
No Original: There Is No Dog
Autor (a): Meg Rosoff
Tradutor (a): Fabiana Colasanti
Páginas: 240
Editora: Galera
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Após ganhar a Terra num jogo de pôquer, a deusa Mona resolve delegar a seu filho, um insolente e mimado adolescente, o novo planeta. Bob, preguiçoso demais para gastar muito tempo com isso, cria tudo em seis dias e a partir daí joga todo o trabalho para cima de seu assistente, o frustrado Sr. B. Quando os problemas começam a aparecer, sobra para ele limpar a bagunça. E o fato de Bob ter criado os humanos à sua imagem e semelhança também não ajuda. Como um planeta cheio de criaturas tão gananciosas e intolerantes pode sobreviver? Como se não bastasse, Deus está obcecado por uma garota mortal: Lucy, assistente em um zoológico. E a cada encontro a Terra é afetada pelos sentimentos de seu criador. Dominado por desejos intensos, Bob começa a causar verdadeiras catástrofes em seu planeta. Desesperado, conseguirá o Sr. B. salvar a Terra de seu próprio Deus?

Ano passado li meu primeiro livro de Meg Rosoff e gostei bastante. Desde que a Galera lançou o primeiro livro da autora que fiquei interessada por isso apesar de ter detestado a troca no estilo das capas quando No Início Não Havia Bob apareceu entre os lançamentos quis logo conferir. Ainda odeio a mudança que fizeram no estilo da capa, desnecessário dizer que se você não ler o nome da autora de cara vai pensar que é um livro da Jennifer E. Smith, e agora depois da leitura ainda não entendi o que Meg quis dizer com esse livro. É uma histórica peculiar para dizer o mínimo. Conheçam.

A sinopse já diz basicamente o que é a história. Em um cenário onde planetas são delegados a pessoas como um certo tipo de emprego e o universo é dividido em quadrantes controlados por vários "deuses" a Terra, um planeta longe do centro do universo, e que ninguém quase queria, é ganha em uma aposta de pôquer e sem tempo para isso a mulher passa o planeta para seu filho, Bob, um garoto preguiçoso e permanentemente excitado. Só por aí você já começa a duvidar do livro. Bob então cria tudo o que conhecemos tendo como assistente o Sr. B, que acha a Terra uma bela tragédia. Bob estava com pressa e criou tudo em sete dias, esqueceu de controlar a idade criando seres que morrem, o que é uma piada para todo mundo que trabalha em outros planetas, esqueceu de estipular comida para seus animais levando-os a comer uns aos outros, fez piada com o modo com que vários seres procriam e para piorar povoou o planeta com seres semelhantes a ele, seus humanos são problemáticos, preguiçosos, com brilhantismo esporádicos e uma tendência incrível para se autodestruírem. Concluindo a catástrofe que é o planeta ele deixou o clima ligado ao seu temperamento O Sr. B tenta controlar tudo, mas de tempos em tempo Bob cria caos incontroláveis, já debochou de todas as formas de suas criações, se apaixonou por diversas mortais deixando um rastro de destruição em todas as vezes. De um filho que foi cruelmente assassinado a uma jovem francesa que foi enforcada por heresia, o Sr. B está no limite quando Bob conhece Lucy e ele já prevê a tragédia. Encantado com Lucy ele começa a cortejá-la, o clima é granizo pela manhã, neve à tarde, 48º C de noite e enchentes na manhã seguinte. Temendo pela destruição do planeta o Sr. B não vê a hora de se livrar de Bob. Enquanto isso Lucy trabalha no zoológico acompanhando de perto o caos do clima.

Essa é a premissa do livro. Tenho quase certeza de que a intenção do livro é apenas debochar da Deus. Sério, Meg Rosoff tinha uma premissa e tanto nas mãos e não fez nada. Sinto muito que gosto bastante do livro anterior dela e vi muita gente elogiando a autora, mas não acredito que ela escreveu um livro que se resume a adolescente com tesão, com poderes demais que persegue uma nova paquera a leva para cama e pronto, fim. As descrições são pontuais, seus comentários sobre o planeta, sobre animais, flora e outros fatos históricos são interessantes, alguns bem engraçados, mas fica apenas nisso. Na parte dos personagens o livro é um trem desgovernado sem rumo.

O que temos? Sr. B, o cara que controla tudo, mas não tem poder nenhum e aguenta muita grosseria de Bob que tem o poder de criar o que quiser, de se transformar e muito mais. Lucy, uma garota de 21 anos, solteirona pelo que todo mundo fala, virgem e que trabalha no zoológico e ama animais. Luke, um rapaz mal-humorado que não gosta de Lucy. Mona, a mãe de Bob, jogadora inveterada de pôquer intergaláctico e que bebe demais. Estelle, a inteligente e impassível filha de Emoto Hed, um homem poderoso que controla grande parte do universo e Eck, uma criaturinha adorável que é o animal de estimação de Bob. Misturando-os ao cenário temos um desperdício imenso de personagens. Adoraria uma história de verdade com esse cenário, Estelle, Eck e todos os outros exceto Mona e Bob. Um tremendo desperdício uma personagem como Estelle nessa história.

Leitura que demora a fluir, nos primeiros capítulos a curiosidade é o suficiente para levar o leitor em frente, mas à medida que passamos da metade do livro percebemos que Meg Rosoff esqueceu de colocar história em seu cenário, pelo menos uma que faça jus pelo menos ao tempo do leitor para dizer o mínimo. O universo onde a história está? Ótimo, 5 estrelas, criativo e instigante. A história contida nele? Bob se apaixonando correndo atrás de Lucy e isso não termina em nada mesmo? Péssimo, ridículo, frustrante.

A edição da Galera está ótima como sempre, apenas detestei o fato de a capa lembra os livros da Smith, não entendi porque não lançaram com uma capa semelhante aos outros dois da autora. Recomendo a quem quer um livro de cenário diferente, criativo, um livro para passar o tempo, com um romance estranho, e uma dose de humor, porém se você não gosta de livros com pontas soltas não leia. Até mais!

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