17/11/2014

Resenha - Hora Nenhuma


Nome: Hora Nenhuma
No Original: Nothing O'Clock
Autor (a): Neil Gaiman
Tradutor (a): Renata Pettengill
Páginas: 46
Editora: Rocco Digital
Comprar: Amazon - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: 11 Doutores, 11 histórias: uma celebração de aniversário para Doctor Who! Os mais consagrados autores de ficção infantojuvenil criam, cada um, sua própria e única aventura sobre o carismático viajante do tempo. Milhares de anos atrás, os Senhores do Tempo construíram uma prisão para o Kin. Construíram-na para ser impenetrável e inalcançável. Enquanto os Senhores do Tempo existissem, o Kin permaneceria em sua Prisão e o universo estaria a salvo. Eles tinham tudo planejado… tudo, menos a Guerra do Tempo e a queda de Gallifrey. Agora, o Kin está livre outra vez e no universo só existe um Senhor do Tempo que pode pará-lo!

Desde o primeiro conto da série especial do 50º aniversário de Doctor Who que estava ansiosa pelo conto de Neil Gaiman. Além de ser um dos meus autores favoritos, e ter escrito dois excelentes episódios para a série, sendo um deles considerado um dos melhores da série eu também já estava com saudade do décimo primeiro Doctor e contos de Gaiman são sempre contos de Gaiman. Seus contos são sempre ótimos, e é claro que ele acertou mais uma vez. Conheçam.

Amy e o Doctor estavam voltando de mais uma visita que se tornou um problema. Os dois tinham acabado de libertar o povo do esqueleto de um dominador terrível e tinham acabado de aterrissar no quintal de Amy na Terra. Mas para surpresa do Doctor e o horror de Amy todos tinham desaparecido. Amy como humana foi a única a ouvir a voz que se intitulava como Kin, o novo dono do planeta. Ele comprara o planeta de forma legal e aprovada pela Proclamação das Sombras. Intrigado o Doctor começa a fazer suas avaliações e marca o ano de 1984 como o começo das alterações temporais. Indo diretamente para lá a dupla percebe que várias pessoas estão vendendo suas casas, de pequenas casas a mansões, de comércios pequenos a hotéis. Tudo está sendo vendido para pessoas mascaradas. O Doctor tem uma memória muito boa, mas o problema é que ao longo de suas onze vidas, e mais uma que prefere não contar, ele já viveu e ouviu muitas histórias. Revirando sua memória não consegue lembrar o que já ouviu falar sobre um tal de Kin e máscaras. Depois de armar um pequeno escritório na porta da TARDIS para pessoas contaram coisas estranhas e casos o Sr. Browning é o primeiro parar procurando ajuda para encontrar sua filha Polly e é aí que o Doctor se recorda do Kin. Quando Amy pergunta o que eles farão, o Doctor só consegue em pensar em uma coisa: correr, correr para o mais longe possível.

É a partir dessa premissa que o conto de desenvolve. De um lado acompanhamos as misteriosas compras das pessoas com máscara ora de coelho, ora de porco, de outro Amy e o Doctor, até que as tramas se encontram e aí tudo se desenrola. Gaiman continua sendo um ótimo contador de histórias, e claro que o conto possui várias das características clássicas do autor, como o toque de terror e macabro que é impresso no Kin, e a forma como o autor transforma as máscaras, algo banal em algo que amedronta e que nunca mais verei da mesma forma; O autor com sua narrativa consegue prender o leitor e ainda deixá-lo com medo de máscaras.

Com um universo tão amplo e grandioso para trabalhar é sempre uma surpresa ler um dos contos da série dos 50 anos de Doctor Who. A expectativa para saber o que o autor preparou para nós leitores e para ver se aquela história vai se encaixar de forma fiel no universo que já conhecemos e amamos há tanto tempo. Gaiman como grande escritor que é, como fã da série e como autor de um dos melhores roteiros da série cumpre muito bem todos os quesitos, mais uma vez surpreendendo o leitor com sua perspicácia e genialidade. A ideia por trás do Kin é brilhante e adoraria ver o conto transformado em um episódio da série. O único problema é que não seria mais com o Doctor do Matt Smith e nem com a Amy de companion. Mas é uma ideia ótima ainda assim, o Kin consegue ser mais assustador do que os Weeping Angels, e olha que quem é fã da série sabe que pouca coisa ou nenhuma consegue ser mais assustador do que eles.

Leitura rápida e deliciosa, foi maravilhoso voltar ao 11º Doctor com Neil Gaiman tão pouco tempo depois da nova regeneração. Sempre dói ver um Doctor que aprendemos a gostar e a aceitar "sumir" de um dia para o outro, sempre com um episódio de se acabar em lágrimas. Sempre disse que nunca iria gostar de mais nenhum Doctor depois do 10º e cá estou eu lamentando a perda do 11º. Enfim, torcendo por mais contos do Gaiman, seja da série ou não. A edição está ótima, desde a tradução até adaptação da capa. Recomendado a todos, seja fã da série ou fã do autor, leia, e se você não vê a série e não lê Neil Gaiman só pode ser um extraterrestre. Leiam! Até mais!

50º Aniversário de Doctor Who - Vários Autores
1- Uma Mãozinha Para O Doutor
2- A Cidade Sem Nome
3- A Lança do Destino
4- As Raízes do Mal
5- Na Ponta da Língua
6- Algo Emprestado
7- O Efeito de Propagação
8- Esporo
9- A Besta da Babilônia
10- O Mistério da Cabana Assombrada
11- Hora Nenhuma
12- Luzes Apagadas

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