Nome: A Companhia Negra
No Original: The Black Company
Autor (a): Glen Cook
Tradutor (a): Edmo Suassuna
Páginas: 308
Editora: Record
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Durante tempos imemoriais, o Dominador e a Dama, o mais poderoso casal de feiticeiros já visto, governaram todo o mundo conhecido com mão de ferro. Contudo, um grupo rebelde, liderado pela misteriosa Rosa Branca, conseguiu aprisionar os tiranos e seus seguidores em um sono profundo. Porém, séculos depois, a Dama e os Tomados finalmente foram despertados. Agora, eles recuperaram todo o poder que lhes fora tirado, mas ainda lutam com um grupo de rebeldes e o caminho de um deles, o Apanhador de Almas, cruza com o do grupo de mercenários conhecido como Companhia Negra. Por várias gerações, a Companhia serviu a diversos senhores, sempre honrando seus contratos e prosperando. Contudo, esses dias de glória ficaram no passado. Hoje, o grupo se resume a um pequeno contingente que trabalha para o governante de uma ilha isolada. Tudo o que restou foram histórias, preservadas com afinco por Chagas, o médico da Companhia, que registra todas as suas atividades. Dessa forma, quando o Apanhador oferece a eles a chance de se juntar ao exército da Dama contra os rebeldes, a proposta é aceita de imediato. O que era para ser uma gloriosa batalha pelo poder rapidamente se revela um pesadelo. E a Companhia logo se vê enredada em intrigas, traição e manipulação.
Quando a Record anunciou o lançamento da série do autor Glen Cook fiquei surpresa e ao mesmo tempo animada. A série foi sucesso no passado devido a sua construção diferenciada dentro do gênero da fantasia, na época fantasias militarizadas não eram comuns. A história acompanha a companhia Negra em seu novo contrato e nos apresenta um mundo onde bem e mal são apenas nomes que pessoas simples usam como desculpa. Glen Cook constrói uma trama de batalhas, estratégias e traições. Conheçam.
Chagas estava cansado da vida em Berílio, a cidade era úmida e fedorenta, e a brisa que chegava do mar recusava-se a chegar perto o suficiente da costa. Com o terceiro soldado da companhia batendo a sua porta com sintomas de envenenamento Chagas decide procurar o Capitão. Acompanhando o grupo que vai até a taverna suspeita o Chagas não imagina que a ação da Companhia naquele dia deflagraria o caos que viria a seguir. As coortes se amotinaram, vandalizando pelas ruas e causando tumulto. A Companhia sozinha sabe que não vai dar conta e o contrato deles com o Síndico não inclui suicídio. O Capitão já estava cansado de argumentar com o Síndico quando o misterioso navio negro se aproximou da costa. Maior do que tudo o que Chagas já viu, o navio era negro como o inferno e seu ocupante, vindo do norte trazia a saída para a Companhia, ainda que não muito digna. Rumando ao norte a Companhia começa a servir a Dama sob o patronato do Apanhador de Almas, um dos Tomados. O problema é que além de lutar contra os rebeldes a companhia deve ficar atenta aos outros Tomados. Eles vivem competindo para estar nas graças da Dama, e o Manco não está para brincadeira. Entre possíveis ciladas e traições, Chagas acompanha de batalha em batalha a evolução da Companhia, que está presa em uma situação única. Chagas sabe que nenhum dos lados é muito melhor do que o outro, bem e mal são relativos, mas será que a Companhia está fazendo o que é certo? Chagas sabe que é um bobo de se perguntar certas coisas, mas com o desfecho se aproximando o preço pode ser mais alto do que qualquer questão de consciência.
É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e devo lembrá-los que por ser narrada por Chagas, o médico e analista da companhia a narração é bastante diferente do que estamos acostumados a ver em livros de fantasia. Chagas escreve os Anais da Companhia e mergulha na história, sempre fascinado pelas antigas batalhas e pela longa história da Companhia Negra. Tudo o que o leitor acompanha é visto desse ponto de vista, Chagas escrevendo o Anais e por isso mesmo temos a sensação de que falta algo, como as batalhas que não são todas minuciosamente descritas. O livro é sombrio e a trama bem arquitetada, toda a história da Dama e dos Tomados é interessante, cheia de mistérios e que pouco a pouco o autor revela.
Com descrições precisas e convincentes o autor nos conduz por um mundo em guerra, onde honra, amizade, certo e errado estão todos na tênue linha cinzenta que define o ser humano. Sendo essa uma das características que mais me ganhou na história contada através da voz de Chagas. Os personagens são variados, uma gama que surpreende o leitor, com sutilezas próprias e momentos onde mostram um lado diferente do que conhecemos através de Chagas. A capacidade do autor de ser conciso por causa do tipo de narração e ao mesmo tempo levar muito ao leitor é notável. À medida que os capítulos passavam mais e mais o autor conseguiu imprimir em sua história. O fim supera as expectativas de que quem não gostou do começo, e deixa o leitor repleto de perguntas e curiosidades.
A leitura demora um pouco a engatar fluindo de forma instigante a partir do momento que a Companhia saí de Berílio. Glen Cook me surpreendeu não apenas pelo pano de fundo da trama como também pelas táticas de batalha e pelo modo como colocou cada enfrentamento que a Companhia participava. É diferente e funciona bem depois que tudo se encaixa. A edição da Record está ótima, fonte agradável e capa muito bem escolhida. Recomendado a todos que procuram fantasias diferentes, mas atente para o modelo de narração e não vá esperando algo além do que o modelo permite. Com um lado militar forte a história vai agradar aos que gostam de batalhas, táticas e estratégias de guerras antigas, infantaria, cavalaria, escudos, lanças, arcos e espadas. O universo surpreende se você der tempo de conhecê-lo. Leiam! Até mais!
Chagas estava cansado da vida em Berílio, a cidade era úmida e fedorenta, e a brisa que chegava do mar recusava-se a chegar perto o suficiente da costa. Com o terceiro soldado da companhia batendo a sua porta com sintomas de envenenamento Chagas decide procurar o Capitão. Acompanhando o grupo que vai até a taverna suspeita o Chagas não imagina que a ação da Companhia naquele dia deflagraria o caos que viria a seguir. As coortes se amotinaram, vandalizando pelas ruas e causando tumulto. A Companhia sozinha sabe que não vai dar conta e o contrato deles com o Síndico não inclui suicídio. O Capitão já estava cansado de argumentar com o Síndico quando o misterioso navio negro se aproximou da costa. Maior do que tudo o que Chagas já viu, o navio era negro como o inferno e seu ocupante, vindo do norte trazia a saída para a Companhia, ainda que não muito digna. Rumando ao norte a Companhia começa a servir a Dama sob o patronato do Apanhador de Almas, um dos Tomados. O problema é que além de lutar contra os rebeldes a companhia deve ficar atenta aos outros Tomados. Eles vivem competindo para estar nas graças da Dama, e o Manco não está para brincadeira. Entre possíveis ciladas e traições, Chagas acompanha de batalha em batalha a evolução da Companhia, que está presa em uma situação única. Chagas sabe que nenhum dos lados é muito melhor do que o outro, bem e mal são relativos, mas será que a Companhia está fazendo o que é certo? Chagas sabe que é um bobo de se perguntar certas coisas, mas com o desfecho se aproximando o preço pode ser mais alto do que qualquer questão de consciência.
É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e devo lembrá-los que por ser narrada por Chagas, o médico e analista da companhia a narração é bastante diferente do que estamos acostumados a ver em livros de fantasia. Chagas escreve os Anais da Companhia e mergulha na história, sempre fascinado pelas antigas batalhas e pela longa história da Companhia Negra. Tudo o que o leitor acompanha é visto desse ponto de vista, Chagas escrevendo o Anais e por isso mesmo temos a sensação de que falta algo, como as batalhas que não são todas minuciosamente descritas. O livro é sombrio e a trama bem arquitetada, toda a história da Dama e dos Tomados é interessante, cheia de mistérios e que pouco a pouco o autor revela.
Com descrições precisas e convincentes o autor nos conduz por um mundo em guerra, onde honra, amizade, certo e errado estão todos na tênue linha cinzenta que define o ser humano. Sendo essa uma das características que mais me ganhou na história contada através da voz de Chagas. Os personagens são variados, uma gama que surpreende o leitor, com sutilezas próprias e momentos onde mostram um lado diferente do que conhecemos através de Chagas. A capacidade do autor de ser conciso por causa do tipo de narração e ao mesmo tempo levar muito ao leitor é notável. À medida que os capítulos passavam mais e mais o autor conseguiu imprimir em sua história. O fim supera as expectativas de que quem não gostou do começo, e deixa o leitor repleto de perguntas e curiosidades.
A leitura demora um pouco a engatar fluindo de forma instigante a partir do momento que a Companhia saí de Berílio. Glen Cook me surpreendeu não apenas pelo pano de fundo da trama como também pelas táticas de batalha e pelo modo como colocou cada enfrentamento que a Companhia participava. É diferente e funciona bem depois que tudo se encaixa. A edição da Record está ótima, fonte agradável e capa muito bem escolhida. Recomendado a todos que procuram fantasias diferentes, mas atente para o modelo de narração e não vá esperando algo além do que o modelo permite. Com um lado militar forte a história vai agradar aos que gostam de batalhas, táticas e estratégias de guerras antigas, infantaria, cavalaria, escudos, lanças, arcos e espadas. O universo surpreende se você der tempo de conhecê-lo. Leiam! Até mais!
As Crônicas da Companhia Negra - Glen Cook
1- A Companhia Negra
2- Sombras Eternas
3- A Rosa Branca
3,5- The Silver Spike
4- Shadow Games
5- Dreams Of Steel
6- Bleak Seasons
7- She Is The Darkness
8- Water Sleeps
9- Soldiers Live
Tô muito em dúvida se irei gostar dessa narrativa diferente das outras fantasias, mas gostei do fato desse livro ter muitos mistérios.
ResponderExcluirÓtima resenha! Bjs, Min!