20/11/2013

Resenha - Mentes Sombrias


Nome: Mentes Sombrias
No Original: The Darkest Minds
Autor (a): Alexandra Bracken
Tradutor (a): Mariana Zambon
Páginas: 576
Editora: iD
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Quando completa 10 anos, a garota Ruby vê sua vida mudar completamente. Além do medo de ser vítima de um vírus fatal que ataca apenas as crianças, ela é rejeitada por seus pais, que a entregam para a polícia especial. Seu destino é Thurmond, um campo de reabilitação criado pelo governo norte-americano para cuidar dessa geração que possui algo diferente e ameaçador: são crianças com habilidades especiais. Elas podem controlar pessoas e objetos só com o poder da mente. Consideradas perigosas, vivem à margem da sociedade. Mas, aos 16 anos, Ruby consegue escapar de Thurmond e muda o seu destino, ao lado de novos amigos, fugitivos como ela: Liam, Zu e Bolota. Juntos, os quatro vivem as mesmas dúvidas, medos e inseguranças. Enquanto enfrentam uma realidade assustadora, fugindo de caçadores de recompensa, da polícia e da Liga das Crianças, uma organização que quer se aproveitar dessas habilidades infantis, eles tentam encontrar o Fugitivo, um líder misterioso que oferece abrigo e ajuda às crianças. E percebem que, apesar de tudo, ainda conseguem sonhar.

Desde que vi o livro no Goodreads sabia que iria gostar, e por isso assim que a iD anunciou que iria lançar o livro comecei a contar o tempo até poder ter o livro em mãos. Pouco tempo depois do lançamento não resisti e hoje 576 páginas depois a história criada por Alexandra Bracken está entre as melhores leituras deste ano. Um mundo intrigante e ricamente construído, uma distopia diferente que mergulha nos meandros de uma sociedade em desconstrução.

Ruby não sabia que sua vida mudaria da noite para o dia quando as notícias sobre uma misteriosa doença começaram a surgir. Seu primeiro contato com a doença que estava dizimando a população infantil foi na escola quando uma coleguinha morreu no meio de uma sentença. Os pais começaram a receber avisos de sintomas, e dia após dia mais crianças morriam. Porém o que ficava nas entrelinhas e sugerido no silêncio das pessoas era o medo das crianças que sobreviviam. O governo não sabe o que está acontecendo e as crianças começam a sumir da noite para o dia. Levada para campos de reabilitação. Os primeiros levados nunca mais são vistos, estudados, torturados e vivissecados por cientistas em busca de resposta para os estranhos dons, poderes que as crianças sobreviventes adquiriram. Assim surgiu a força que cuidaria de manter as crianças isoladas. Ruby é arrancada de seu mundo no aniversário de dez anos, denunciada pelos próprios pais, levada a Thurmond, o pior dos campos de reabilitação. Logo Ruby percebe que sobreviver vai ser questão de se manter nas sombras, após cinco anos sobrevivendo como verde em uma vida infernal Ruby mal escapa antes de seu segredo ser revelado. Com 16 anos, sem saber nada da vida e em fuga, Ruby perceberá que ela pode ter uma vida, e lutará para não deixar ninguém apagar sua história, suas vontades e sonhos.

A premissa básica é essa, digo básica porque não posso estender-me demais, porém a história criada por Alexandra Bracken é muito mais complexa, sombria e brilhante do que essa simples introdução. Através de uma narrativa fluida e uma prosa marcada por sentimentos conhecemos Ruby e crescemos com ela. De uma criança de dez anos, assustada e jogada em um campo de reabilitação a uma moça de dezesseis anos que não aprendeu nada de como ser garota, mulher jogada em um mundo onde ela é a presa para diversos caçadores. O desenvolvimento da trama é gradual e o ritmo impresso pela autora é perfeito, tornando a história mais pessoal e vívida.

Construindo uma ambientação realista Bracken apresenta uma intrincada organização, desde o misterioso surgimento das crianças psi até a organização que diz lutar pelas crianças, mas que na verdade estão em busca de derrubar o governo usando algumas crianças resgatadas dos centros de reabilitação. A forma como a autora gradualmente muda o tom da história, levando sua protagonista não só a amadurecer como a começar a questionar é bastante perspicaz. Abrindo um lado novo a trama, Bracken conduz o leitor a um quebra-cabeça mais complexo e denso do Ruby e leitor esperavam.

Os personagens são outro ponto que merece destaque. Todos, adolescentes ou crianças, já passaram por tanto, arrancados de suas vidas, aterrorizados e até mesmo torturados que suas personalidades refletem com precisão tudo o que já viveram. Com um grupo que reagiu de forma bastante heterogênea a situação a autora consegue uma história que cativa por todos os lados, com aspectos realistas e humanos. Atravessando o país tentando sobreviver e esconder seu verdadeiro poder Ruby aliada a Liam procura um refúgio seguro, mas à medida que eles se aproximam do objetivo, Ruby começa a se questionar se não existe nada além de se esconder em um refúgio para eles. O que é essa doença, vírus que deu poder as crianças? Existe alguém por trás disso tudo? Quais as intenções do governo?

Leitura rápida, instigante e ricamente construída. Bracken surpreende o leitor com uma prosa marcante e realista, que transpassa com vivacidade desde os detalhes, sons e tons do cenário até as nuances dos personagens. A voz narrativa de Ruby evolui de forma crível ao longo da história e o universo criado pela autora é sombrio e inovador. A edição da iD está ótima, fonte menor, mas com um ótimo espaçamento entre as linhas e capa perfeitamente adaptada. A história renderia um filme ótimo, tanto pelo universo sombrio e rico, como pelos personagens. Recomendado a todos que procuram uma distopia inovadora, com universo instigante e uma trama bem articulada, com mistérios intrigantes e bem colocados, ação, romance e ótimos personagens. Leiam! Até mais!

The Darkest Minds - Alexandra Bracken
1- Mentes Sombrias
2- Never Fade
3- Sem Título Ainda

11 comentários:

  1. Parece ser excelente, fiquei bem curiosa... Mais uma vez parabéns pela resenha!

    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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  2. Adoro o goodreads *-* que bom que as editoras estão comprando os direitos deesses livros, adorei a sua resenha, Mentes Sombrias está na minha lista de desejados há um bom tempo, preciso comprá-lo logo.

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  3. Olá Yas! Quando vi o nome e a capa do livro realmente não curti nenhum pouco. Mas como dizem que as aparências enganam... A sinopse me deu novos olhos, e tua resenha tão rica - parabéns - me instigou a querer ler. Parece uma trama muito bem bolada e melhor ainda escrita. Uma boa pedida de leitura. E pelo visto se virar filme vai ser um sucesso. Bjs

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  4. Oi! Estava super ansiosa para ver sua resenha do livro porque adorei a sinopse, mas tava na dúvida. É tanta distopia saindo que fica difícil saber o que ler e o que não vale a pena. Agora nem precisa dizer que estou morrendo de curiosidade, tudo o que disse me deixou curiosa, o que falou do mundo foi suficiente e o resto então. Amei a resenha, ótima em me convencer a falir mais um pouco, adorei. Bjo!

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  5. Já pelo título chamou minha atenção...
    e com sua resenha o desejo de lê-lo só cresceu!
    Parece ser muito bom!
    Beijos♥

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  6. Esses livros em que os personagens possuem poderes da mente e outros poderes, eu simplesmente amo! Vou acompanhar esse livro pelas resenhas. É só uma trilogia ou tem mais livros?

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  7. Opa! Adorei! Vou procurar pra ler,sua resenha ficou ótima.

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  8. Oi!
    Estou curiosa para saber quem criou o vírus e o que ele queria com isso, e o que acontecerá com a nossa personagem? Gostei muito!
    bjs

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  9. Não sabia que era distopia e pelo jeito que falou parece muito bom, você falou tanta coisa que gosto que não sei porque não vi o livro antes, gosto muito quando as distopias conseguem ser fortes e sutis ao mesmo tempo e os personagens também parecem melhores ainda do que a trama, quero saber quem criou, e o que acontece, lista de desejados já, precisando de boas distopias assim. ótima sua resenha, abraços!

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  10. Fiquei curiosa quando soube que era distopia.
    Tudo que a Ruby passa por ser apenas uma criança parece ser muito forte, e ela parece ser muito determinada.
    A capa é bem estranha. Amei a resenha!

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