05/12/2015

Resenha - À Procura de Audrey


Nome: À Procura de Audrey
No Original: Finding Audrey
Autor (a): Sophie Kinsella
Tradutor (a): Glenda D'Oliveira
Páginas: 336
Editora: Galera
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Audrey é uma adolescente comum, igualzinha a tantas. Com 14 anos, estuda, se apaixona, entra em conflito com os pais, sonha, confia nas amigas. Até que começa a ser vítima de bullying. No início, parecia apenas uma pequena implicância, mas a provocação vai aumentando. Logo, a menina não consegue mais frequentar o colégio, nem ao menos sair de casa. O diagnóstico? Transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos. Com a ajuda da Dra. Sarah, Audrey começa um lento, mas decisivo, caminho rumo à recuperação. E quando conhece Linus, parceiro de games do irmão, ela sente uma ligação. Seu sorriso de gominho de laranja é encorajador, e eles podem conversar sobre tudo: ansiedades, sonhos, medos. Ainda que de forma não muito convencional no início. Mesmo com as ressalvas da médica, a amizade se aprofunda — em meio a visitas ao Starbucks e pequenos desafios. Em pouco tempo, evolui para um romance que vai afetar toda a família. Por fim a normalidade parece apenas a um passo de distância.

Quando vi a notícia que Sophie Kinsella lançaria seu primeiro livro para o público jovem adulto não fiquei surpresa afinal com o crescente sucesso do mercado jovem é cada vez maior o número de autores de sucesso que fazem o caminho inverso, muitos não apenas pelo sucesso facilitado, mas pelo desafio de agradar um público cada vez mais exigente e Kinsella como uma das autoras mais bem-sucedidas em compreender o seu público não faz feio. Com uma história atual e marcante a autora envereda pelos problemas do jovem atual com uma destreza e sensibilidade assombrosa, contando uma história focada na protagonista, na vítima e não no drama e nos exageros do acontecimento como muitos autores fazem ao tratar de bullying. Conheçam.

Não vou mentir, antes de começar estava esperando mais um drama passado nos corredores de um colégio cheio de cenas fortes com as mais variadas maldades cometidas por personagens secundários que nunca viriam a ser desenvolvidos, mas não.

A história de Audrey começa depois do acontecido e nunca sabemos ao certo o que aconteceu. Apenas que três garotas foram expulsas. Audrey está lutando contra transtorno de ansiedade e episódios de depressão frequentando uma psicóloga e usando óculos escuros com verdadeiro pavor de encarar as pessoas cara a cara. Os olhos de seus pais são cheios de preocupação, de seu irmão ansiedade, apenas seu irmão de quatro anos tem olhos límpidos. Audrey luta contra o próprio cérebro. A mãe que parou de trabalhar lê diariamente o Daily Mail, é sua bíblia e quando o jornal surge com uma lista que indica se seu filho está viciado em jogos o circo está feito. Frank seu irmão tenta argumentar com a mãe que ameaça jogar o notebook pela janela, ele está treinando para um campeonato internacional e sua mãe não entende que ser gamer é coisa séria hoje em dia. A mãe deles ainda está determinada a acabar com o jogo, mas Frank não escuta. Quando em um sábado ela simplesmente desliga tudo depois de horas eles partem para mais uma discussão e Audrey esbarra em Linus, ela se lembra dele de uma peça que seu antigo colégio encenou com o colégio deles. Em pânico ela foge do garoto, e a partir de seu pedido de desculpas Audrey começa a enxergar uma saída para o poço onde anda vivendo. Linus é um caminho inesperado e no meio da guerra de seu irmão com a mãe Audrey descobrirá que depois da tempestade sempre vem a calmaria.

Essa é a premissa e a partir desse desencontro com Linus e de seu pedido de desculpas a história se desenvolve juntamente com a visão por trás da câmera. Seguindo a sugestão da Dra. Sarah Audrey começa a filmar sua vida, o que se resume a sua família devido a sua ansiedade e o que a princípio para uma saída clichê torna o livro ainda mais interessante. A história é simples, mas a forma como foi desenvolvida é o que a torna diferente e marcante. Temos o bullying, mas o foco é sua consequência, sua vítima, as mudanças que sua vida sofreu. Temos uma família enfrentando o problema, mas o foco não é dramatizado na protagonista vítima, a família absorve o problema, temos irmãos, mãe e pai com outras preocupações. Temos o garoto que é o interesse amoroso, mas sem o drama do "será que vai" "não sou normal não te mereço" e tantos outros. É simples eu gosto de você, você é incrível e vou te ajudar nessa fase. É nesse ponto que o livro ganha o leitor.

Leitura rápida, envolvente e que surpreende o leitor. Sophie Kinsella mostra que entende o leitor e entende o problema, trazendo uma história de personagens palpáveis e fortes, com uma história atual não só por retratar o adolescente da segunda década do século XXI, mas por pegar uma tema que pode cair em todos os clichês e reinventá-lo, apresentá-lo de forma a fazer pensar. Espero que não seja o último livro jovem da autora, com sua narração ela consegue atingir o jovem e fazê-lo pensar. A edição da Galera está ótima, desde a capa até a tradução. Recomendo a todos que procuram um livro diferente dentro do gênero e para você que anda cansado de velhas fórmulas. Um livro que devia ser indicado nas escolas. Leiam! Até mais!

Acompanhe a editora Galera:

4 comentários:

  1. Oi, Yasmin, tudo bem?

    Esse livro é incrível, né? Diferente de você, eu não sabia o que esperar desse livro, não tinha nem ideia de como a autora ia desenvolver, mas, como sempre acontece com os livros dela, fiquei apaixonada logo no começo.

    A escrita é divertida, ela expõe o problema realmente de forma concreta, de um jeito que só quem conhece pode falar, mas tão leve. Eu amei todos os personagens, em especial o irmão dela (se não me engano, o nome é Fred. Realmente não lembro HAha). A relação deles é muito bonita. Aliás, toda a família, a relação deles, foi muito bem escrita, totalmente convincente. Quando lembro do final, só consigo sorrir. Achei extremamente otimista e bonitinho! ♥

    PS: eu não tinha pensando no Linus do jeito que você falou. Realmente ele teve um comprometimento sem dramas, né? Só consegui pensar "COMOASSIM, QUEQUITACONCENU, ISSO TÁ RÁPIDO DEMAIS" =P

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  2. Uauu, adorei! Quem diria que a rainha do chick lit um dia fosse escrever um livro desses? Amo a Sophie Kinsella e estava me perguntando se esse livro seria tão bom quanto todos os outros dela, afinal é outro estilo, é outro público, e pela resenha, deu pra perceber que sim, cumpriu o prometido! To doida pra ler, bjão!

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  3. Li esse livro mês passado e acabei me surpreendendo com ele. Eu também imaginava que o livro se passaria no colégio, mas achei legal mostrar o depois. E também gostei do Linus, e que não teve esse drama todo pra ficarem juntos. Mas eu acho que poderia ter falado o que aconteceu com ela na escola...

    Beijos!

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  4. Estou doida pra ler esse livro, curto muito a escrita da Sophie Kinsella, parece ser bem emocionante e cada resenha que leio dele me deixa ainda mais ansiosa em conferi essa história.

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