02/06/2015

Resenha - A Vítima Perfeita


Nome: A Vítima Perfeita
No Original: Hunting Distance
Autor (a): Sophie Hannah
Tradutor (a): Alexandre Martins
Páginas: 432
Editora: Rocco
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Sinopse: Responsável por trazer para o Brasil alguns dos mais importantes nomes do romance policial da atualidade, como Tana French e Benjamin Black (pseudônimo de John Banville), a Rocco agora apresenta ao leitor brasileiro a obra da britânica Sophie Hannah, considerada o principal nome da literatura policial contemporânea do Reino Unido, e a primeira escritora a obter autorização dos herdeiros de Agatha Christie para dar nova vida ao detetive Hercule Poirot. Em A Vítima Perfeita, a autora parte de um triângulo amoroso para construir um thriller psicológico que disseca sentimentos como culpa, medo e obsessão numa trama em que todos os personagens estão entrelaçados e escondem algum tipo de segredo. “Inegável dama do suspense psicológico”, segundo o jornal The Guardian, Sophie Hannah tem livros publicados em 27 países com enorme sucesso de crítica e de vendas.

Quando vi o livro entre os lançamentos da editora Rocco fiquei curiosa por dois motivos: Sophie Hannah, a autora escolhida para dar vida a Poirot tantos anos depois e o gênero, suspense psicológico. Elogiada por público e crítica Sophie Hannah traz em A Vítima Perfeita uma história que confundirá o leitor e o deixará um tanto surpreso diante do desenrolar. Com uma trama intricada, de horrores e personagens desequilibrados, a autora conquistará o leitor que aprendeu a gostar de livros onde nada é o que parece e a linha entre certo e errado tênue demais. Conheçam.

Naomi Jenkins estava preocupada e não sabia mais o que fazer, mesmo tendo prometido manter distância da casa de seu amante ela agora estava parada em frente à sua residência, seu caminhão estava estacionado no meio fio e Naomi sabia que havia algo errado. Robert sempre aparece ou avisa, por um ano eles se encontraram toda quinta-feira, no mesmo quarto de hotel e por mais que sua melhor amiga diga que Robert não presta Naomi teme por ele. Quando sua esposa, Juliet, surge dizendo que fez um favor para ambas Naomi fica chocada, não só porque Juliet a reconhece como pelo que ela diz. Temendo pelo pior Naomi procura a polícia, mas o detetive Simon e sua parceira Charlie não acreditam em sua versão, pensam que ela é mais uma amante descartada causando confusão atoa. Sem alternativa Naomi inventa para a polícia que Robert não é seu amante, e sim seu estuprador. Ela conta detalhadamente como Robert a sequestrou e a estuprou anos atrás, e conta que o reconheceu em um posto de gasolina. O detetive não quer acreditar na súbita mudança de versão, mas quando joga os detalhes do estupro que Naomi diz ter vivido em um banco de dados encontra outras vítimas semelhantes. Porém o mais surpreendente acontece quando Simon e Charlie revistam a casa de Juliet, a esposa de Robert. Entrelaçados em um caso estranho e imprevisível, Naomi, Juliet, Robert e até mesmo os detetives ficarão chocados com o desenrolar do que deveria ser uma mentira. Naomi, uma simples escultora de relógios do sol perceberá que sua mentira pode ter mais verdade do que jamais sonhou, e os detetives Simon e Charlie precisarão de toda sua perspicácia para encontrar a verdade sobre um caso que parecia simples.

É a partir dessa premissa que a história se desenrola e devo dizer que desde o primeiro capítulo desconfiei de que algo não era bem o que parecia ser. A narração é dividida entre diversos personagens, encaixando ora um e ora outro de acordo com a necessidade da trama, e por essa alternância conhecemos todos os lados desse estranho caso. Sophie Hannah constrói um caso intrigante, que levará o leitor a conclusões errôneas antes de colocar a dúvida que fará com que todo o caso se desvende. Para o leitor mais acostumado com livros policiais e investigativos o caso deve ser mais fácil de descobrir do que para os demais, mas ainda assim não é certo. Pequenos detalhes e sutilezas nas descrições da autora acerca de seus protagonistas deixam tudo complicado e nada é o que parece nesse caso macabro.

A autora me surpreendeu ao intricar dois personagens absurdamente desequilibrados, dois lobos em pele de cordeiro e ainda estou surpresa com o desenrolar do caso de estupro, mas por outro lado acertei em cheio o detalhe por trás de tudo. É um caso que vai envolver o leitor e instigá-lo capítulo a capítulo, uma narrativa fluída e impossível de largar antes da resolução final. Sophie Hannah alterna entre personagens complexos e bem desenvolvidos e alguns não tão aprofundados que na somatória geral formam um belo conjunto. Estou curiosa para saber se a Rocco vai lançar os demais livros dessa série com os detetives Simon e Charlie. O livro pode ser lido separadamente, mas depois de um caso desses é impossível não ficar curiosa com o que mais a autora pode imaginar.

Leitura rápida e envolvente, um suspense psicológico diferente e que deixará o leitor desconcertado ao virar da última página. Sophie Hannah mostra porque é uma das autoras mais elogiadas do gênero com uma trama criativa, que passeia na muito mais interessante zona onde nada é preto e branco, certo e errado. A edição da Rocco que li é a digital e gostei muito, ótima tradução e ótima capa. Estou começando agora a ler alguns livros em versão digital e estou gostando. Recomendado a todos que gostam de um mistério intricado, com suspense, reviravoltas e personagens ambíguos. Se gosta de um bom caso psicológico, ao estilo Gillian Flynn aproveite. Leiam e se surpreendam! Até mais!

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