28/01/2015

Resenha - Vinte Mil Léguas Submarinas


Nome: Vinte Mil Léguas Submarinas
No Original: Vingt Mille Lieues Sous Les Mers
Autor (a): Jules Verne
Tradutor (a): Julia Simões
Páginas: 512
Editora: Penguin Companhia
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: A aventura começa quando Dr. Pierre Arronax é convidado pelo Secretário da Marinha dos Estados Unidos a participar de uma expedição de pesquisa naval a bordo do Abraham Lincoln. O objetivo é encontrar um monstro marinho, avistado no Oceano Pacífico. Durante o confronto, Arronax, seu criado Conseil e o arpoador canadense Ned Land são lançados ao mar, para serem subsequentemente resgatados pelo submarino do capitão Nemo, o Nautilus. Narrado por Arronax, o livro é um vasto passeio pelos oceanos do mundo e suas maravilhas submarinas, descritas em detalhes por Verne. Não é apenas a tecnologia que o interessa, mas também a fauna e a geografia marítimas, tudo reforçado em seu maravilhamento da imaginação - como no episódio da luta da tripulação do Nautilus contra uma lula gigante. Episódios de um romance que tem encantado gerações de leitores de todo o mundo há mais de um século.

Toda vez que me deparo com um dos clássicos do autor Jules Verne lembro de que quando estava na quarta série e os professores insistiam em perguntar se eu ia mesmo ler um livro tão grande. Na biblioteca do colégio tinha os três livros mais conhecidos do autor em versão capa dura, texto completo e ilustrado, e várias vezes duvidaram que eu tinha lido realmente. Desde aquele ano que sou apaixonada pelos livros do autor e graças a eles acabei uma leitura assídua de muita fantasia e ficção-científica portanto quando vi a nova edição da Penguin Companhia de Vinte Mil Léguas Submarinas tive de solicitá-la. Conheçam.

O Dr. Pierre Arromax estava chegando de mais uma de suas expedições quando foi convidado pelo Secretário da Marinha dos Estados Unidos a juntar-se a expedição de busca na fragata Abraham Lincoln. Tudo começou meses antes quando diversos navios de cruzeiro ou não relataram acidentes inexplicáveis, rasgos em seus cascos que nenhum animal conhecido pelo homem seria capaz de fazer. Especulou-se dos dois lados do Atlântico o que seria tal monstro, afinal um animal capaz de rasgar um encouraçado como se fosse seda era só podia ser um monstro. Especialista em criaturas marinhas, o professor Arromax já havia sido consultado sobre possível besta e estava convencido se tratar de um cetáceo das profundezas desconhecido, parecido com um narval. Viajando com Conseil, seu fiel e inabalável criado o professor conhece Ned Land, um arpoador canadense de visão primorosa e dono de grandes feitos com um arpão em mãos, as baleias que o digam. Ned não acreditava na teoria do professor. Depois de meses de euforia com toda a tripulação mal dormindo com olhos pregados na linha do horizonte o desanimo recai sob o Abraham Lincoln. Tudo o que os homens querem é voltar para casa e o indobrável comandante Farragut acaba cedendo. Se não avistarem o monstro em tantas horas ele dará meia volta. Como se por deboche ou brincadeira Ned Land é que dá o sinal. Avistou o suposto animal e em uma perseguição incansável levava a melhor sob a fragata todas as vezes. Quando o professor já estava dando tudo como perdido se vê arremessado do barco, com seu fiel criado pulando logo atrás. A deriva os dois encontram Ned segurando em uma pequena superfície. O monstro não era monstro, era a incrível máquina do Capitão Nemo. No Nautilus, os três prisioneiros feitos pelo destino viverão incríveis aventuras nas profundezas dos oceanos, e descobrirão mais sobre o mundo e si mesmos do que quando estavam em terra.

Essa é a premissa que se desenrola capítulo a capítulo diante do leitor. Com sua narrativa direta, fluida e carregada de informações Verne conduz o leitor por um mundo fantástico ancorado brilhantemente a realidade. A voz narrativa do professor Arromax nos conquista desde o princípio e sua personalidade analítica em contraste com o esquentado Ned e o inabalável Conseil rende ótimos diálogos e ao lado do professor ficamos espantados pela riqueza do submarino Nautilus. A crítica a sociedade impressa da personalidade do capitão Nemo também chama atenção e cativa a curiosidade do leitor que vira as páginas em busca não apenas das maravilhas do fundo do mar como também de algo mais revelador sobre o genial e temperamental anfitrião.

Marcado por belas e pontuais descrições somos transportados para o mundo à parte e maravilhoso dos oceanos. Verne equilibra bem realidade e mito em sua história, tornando a leitura um misto de surpresa e espanto. A leitura flui com uma naturalidade espantosa e mal notamos o passar das páginas. A edição da Penguin está ótima, com uma bela capa, boa fonte e introdução interessante de Roberto de Sousa Causo. Recomendo a todos que ainda não conhecem Verne, e a todos que gostam de uma boa ficção-científica. Ainda há controvérsias sobre o autor ser ou não ser ficção-científica, mas recomendo por ser o início de tudo. Indo além do clássico, recomendo a todos que gostam de uma história com aventura, mistérios, viagens e criaturas incríveis aliadas a ótimos personagens. Leiam! Até mais!

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