27/06/2016

Resenha - Além-Mundos


Nome: Além-Mundos
No Original: Afterworlds
Autor (a): Scott Westerfeld
Tradutor (a): Giu Alonso
Páginas: 546
Editora: Galera
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Darcy Patel escreveu seu primeiro livro em um mês. Não muito tempo depois, se mudou para Nova York, para realizar o sonho de viver de escrever. Lizzie se prepara para mais uma viagem de avião, até terroristas invadirem o aeroporto e começarem a atirar em todos. Desesperada, Lizzie se joga no chão. “Eu estou morta, eu estou morta”... No fim, está tão convencida de pertencer ao lugar dos mortos que acaba atravessando a fronteira do além-mundo. Darcy criou Lizzie. A menina de Além-mundos é sua protagonista. Enquanto Lizzie se vê cada vez mais envolvida nos assuntos dos mortos e do submundo, Darcy luta para se manter no paraíso do YA, na Big Apple, e quanto mais Darcy aprende e amadurece, mais a história de Lizzie também cresce. Ou seria o contrário? Sempre atravessando as barreiras entre mundos, as duas irão se redescobrir, se reescrever e explorar os infinitos mundos dentro de si mesmas.

Desde que li Feios me interessei pela escrita de Westerfeld, pela forma como ele constrói seus mundos, seja no gênero que for e quando vi Além-Mundos fiquei curiosa, como não ficar? Como fã de Fringe e da teoria do multiverso não poderia deixar de ficar intrigada. Porém o que encontrei nesse grande livro não foi nada do que esperei. São dois livros em um e n]ao digo isso por ser duas histórias interligadas, mas por ser literalmente dois livros em um. Um livro de fantasia paranormal e um livro jovem adulto ficção. É tão frustrante começar a ler um livro e encontrar outro. Tentem entender.

De um lado Darcy, uma garota que 18 anos que escreveu um livro em um mês e foi escolhida para ser publicada por uma grande editora porque seu livro começa com uma cena ótima e que está em Nova York lutando com problemas de autores recém-publicados. Do outro Lizzie, uma garota que estava no aeroporto, pronta para embarcar para casa quando um ataque terrorista ocorre e ela finge tão bem que está morta que cruza a fronteira entre a vida e a morte passando a enxergar espíritos e a ter contato com o outro lado. A primeira premissa é meio meh, mas a segunda até que é interessante. Lizzie é a história que Darcy escreveu. É o livro que ela está publicando e enquanto acompanhamos sua vida em Nova York acompanhamos Lizzie, descobrindo um mundo novo a sua volta, de espíritos e outras aberrações. Tirando o fato que de a história de Lizzie é a história que Darcy publicou não existe mais nada que conecte as duas histórias. Acompanhamos a jornada de Darcy na big apple, seus encontros com outros autores, festas, e o amor enquanto acompanhamos Lizzie descobrindo um mundo novo e indo em uma caça por justiça para a garotinha que vive em sua casa e era amiga de sua mãe antes de ser assassinada.

Duas histórias que não têm motivos para estarem juntas a não ser que exista uma explicação mais esperta e que nem todo leitor pesca. Nem aqueles que acham o livro genial e nem aqueles que o acham frustrante. Scott Westerfeld é um ótimo autor e a hipótese que foi levantada por alguns é que o livro é uma sátira do mercado editorial de livros jovens adultos ou ainda uma auto avaliação de todo o processo de escrever e de se publicar no mercado atual. Quero relê-lo com essas duas hipóteses em mente porque dessa forma talvez alguma coisa funcione melhor.

Gostei da história de Lizzie, do submundo, de Yamaraj e dos ceifadores. Por mais comum que seja história paranormais e de fantasia jovem o conceito é interessante e todo o arco da história poderia ter sido muito bem trabalhado pelo autor, mais ainda do que já foi. A cena do aeroporto e toda a história de passar a linha entre vida e morte estando vivo é ótima, mas não entendi o ponto do autor ao desperdiçar uma boa premissa com um livro que supostamente é uma auto avaliação e/ou uma sátira. E baseado no título que colocaram no Goodreads ao lado do livro como se fosse uma série é bem essas duas hipóteses que moveram o autor para escrever este livro.. Enfim.

A edição da Galera está ótima, capa bem adaptada e boa tradução. A leitura flui rápido se você assim como eu ler separado. Primeiro li a história de Lizzie e depois li a história de Darcy. Além-Mundos é um livro que precisa ser lido, não dá para dizer "leia que você vai gostar", por isso eu recomendo a todo mundo que ficou intrigado com o que eu falei. Leia e me diga se estou errada, me diga onde eu perdi ou se é mesmo uma análise do processo de escrita misturado com uma sátira e uma avaliação do mercado todo. Ah e as três estrelas é para história da Lizzie ou como eu chamo, o livro número um. Até mais!

Acompanhe a editora Galera:

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