29/04/2015

Resenha - O Menino da Lista de Schindler


Nome: O Menino da Lista de Schindler
No Original: The Boy On The Wooden Box
Autor (a): Leon Leyson, Marilyn J. Harran, Elizabeth B. Leyson
Tradutor (a): Pedro Sette-Camara
Páginas: 256
Editora: Rocco
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Sinopse: Um pequeno vilarejo, os irmãos, os amigos, as corridas nos campos, os banhos de rio - essa é a verdadeira história de Leon, a história de um mundo despedaçado pela invasão dos nazistas. Quando em 1939 o exército alemão ocupou a Polônia, Leon tinha apenas dez anos. Logo ele e sua família foram confinados no gueto de Cracóvia junto a milhões de outros judeus. Com um pouco de sorte e muita coragem, o menino conseguiu sobreviver ao inferno e foi contratado para trabalhar na fábrica de Oskar Schindler, o famoso empreendedor que conseguiu salvar mais de mil e duzentos judeus dos campos de concentração.

Desde que li O Diário de Anne Frank sou doida para encontrar um livro com a Segunda Grande Guerra de cenário, mas que o protagonista sobreviveu. Foi tão angustiante acompanhar a história de Anne e ver que no fim ela sucumbiu na guerra, lembro-me dos meses que passei após a leitura não acreditando na falta de sorte e na injustiça de tudo e agora anos depois foi com uma felicidade boba que recebi o lançamento da Rocco, O Menino da Lista de Schindler. Leon Leyson sobreviveu e nos conta sua história. Uma história triste, mas de força e sensibilidade. Conheçam.

Leon começa nos levando para sua vida no interior da Polônia anos antes da guerra. Leon vivia uma vida idílica ao lado dos irmãos. Seu pai sempre fora um homem do qual a pequena Narewka se orgulhava e Leon estava feliz e ansioso com a mudança para Cracóvia, seu pai que mudara anos antes tinha um bom emprego na fábrica de vidros, era sempre promovido e sua habilidade com ferramentas e mecânica era motivo de orgulho para a família. Mal sabia Leon que o talento do pai e seus diferentes ternos ainda salvariam a vida deles. Quando o rumor da guerra chegou a Cracóvia os judeus que já haviam lidado com os alemães na Primeira Guerra cometeram o erro de acreditar que esses alemães que agora invadiam a Polônia seriam do mesmo tipo de antes. Para o horror de Leon ele vê o pai ser quebrado pelos nazistas, vê seu orgulho e dignidade sumir, vê também famílias sumirem sem nunca mais voltar e quando todos os judeus são transferidos para o gueto vê a doença marcar a todos. Quando os alemães decidem levar os judeus que não trabalham Leon vê seu irmão ser levado, quando surge boatos que no interior está melhor Leon vê seu outro irmão desaparecer e por fim quando já restava pouco Leon começa a ver suas chances esvanecerem. Mais entre ser arrastado para o campo de Plaszów e sofrer na mão de um comandante nazista que matava e punia judeus por diversão Leon viu sua tabua de salvação em Oskar Schindler, um nazista, querido nos círculos da SS, segundo Leon, um cordeiro em pele de lobo. Graças a perspicácia, a insistência e a tenacidade de Schindler, ele um garoto que estava pele e osso e que mal alcançava as máquinas sobreviveu, e quando enfim a guerra chegou ao fim, graças a Schindler Leon ainda tinha a vida, tinha o pai, a mãe e parte dos irmãos.

É através da vida de Leon Leyson, um sobrevivente da Segunda Grande Guerra que a história acontece. Leon com sua narrativa inteligente, tenaz e desprendida nos guia por uma história de perda, de coragem, de amor e de horror. É incrível conhecer sua história e que a pessoa maravilhosa que ele foi. Leon deu aulas, teve filhos, não fez nada de extraordinário, mas sua história de força e resiliência durante a Segunda Grande Guerra é uma mensagem forte e comovente, que precisa chegar a todos os jovens que hoje crescem em um mundo em conflito, em um mundo que segue a passos largos para os mesmos erros cometidos no passado. É a história de sobreviventes como Leon Leyson que tem a força de impedir o mesmo ciclo tenebroso de acontecimentos daquela época.

A narrativa é fluída, sua voz nos envolve e nos transporta através de suas memórias, com uma simplicidade objetiva, é possível sentir cada acontecimento, é possível sofrer por cada injustiça, a sensação é de que estamos ao lado desse incrível senhor, ouvindo sua história. Não conheci Leon e tampouco qualquer sobrevivente do holocausto, da guerra, dos campos e seus horrores, mas através da história do menino que sobreviveu graças à sorte, a força, ao destino e a um homem que longe de ser santo desafiou os nazistas arriscando tudo para salvar judeus, algo que na época poucos entendiam e menos ainda tinham a coragem de fazer.

Leitura única e que deixa o leitor sem palavras no ponto final. Fiquei feliz e ainda mais tocado pelo depoimento no final do livro. A edição da Rocco está ótima, fonte agradável folha amareladas confortáveis, tradução cuidadosa e capa bem adaptada. Uma história imprescindível, que recomendo à todos independentemente de qualquer critério e que adoraria ver adaptada para os cinemas de forma fiel, afinal uma história de vida como a de Leon Leyson merece a atenção de todos, merece, precisa, ser eternizada e lembrada sempre. Leiam e se emocionem! Até mais!

2 comentários:

  1. Eu nem consegui terminar de ler O Diário de Anne Frank, depois de O menino do pijama listrado não tenho a mesma resistência. Mas vou tentar ler esse, Leon parece ser uma pessoa fantástica.

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  2. Olá a todos,

    Belo blog, e melhor ainda o conteúdo apresentado nele, parabéns...

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