06/12/2014

Resenha - Mestres da Batalha


Nome: Mestres da Batalha
No Original: Masters Of Battle
Autor (a): Terry Brighton
Tradutor (a): Vitor Paolozzi
Páginas: 462
Editora: Record
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Na Segunda Guerra Mundial, Bernard Montgomery, George Patton e Erwin Rommel foram os comandantes de forças terrestres que mais se destacaram. Em Mestres da batalha, a história é contada sob o ponto de vista da relação entre eles em um cenário que compreende as grandes batalhas do norte da África, as invasões da Sicília e da Itália, os desembarques na Normandia e o avanço através da França e da Bélgica até a Alemanha. Pela primeira vez na literatura sobre a Segunda Guerra Mundial, os três são “colocados no mesmo ringue”, apresentando-se este conflito conforme vivido por seus comandantes mais exuberantes, controversos e poderosos.

Não é novidade para nenhum dos leitores o quanto eu gosto de um bom livro sobre as duas grandes guerras entre outras, por isso foi sem relutância que solicitei o livro do britânico Terry Brighton que chegou recentemente ao Brasil pela Record. Unindo em um único livro três dos maiores comandantes militares da Segunda Guerra. Uma história que comecei a ler por curiosidade e terminei embasbacada com a vida de três oponentes ao mesmo tão diferentes e tão semelhantes.

A história começa muito antes da Alemanha invadir a Polônia e a guerra ser declarada pela Inglaterra e França. Brighton começa sua pesquisa nos primeiros anos da vida de Bernard Montgomery, George Patton e Erwin Rommel. Coincidência ou não os três nasceram em novembro entre os anos de 1895 a 1891. O mais jovem dos três, Rommel, nascido em 1891, filho de um diretor de escola, foi considerado lento na infância terminou no exército e aos 18 anos depois de ser rejeitado pelo engenheiros e pela artilharia encontrou seu lugar na infantaria. O 124º regimento estava estacionado em Weingarten quando a ordem de mobilização chegou.

"Montgomery é extraordinário. Jamais cometeu um erro estratégico sério."
Rommel sobre Montgomery

"Patton! Um mestre da mobilidade."
Rommel sobre Patton

Montgomery era o quarto filho de um reverendo, que depois seria ordenado bispo, nascido em Londres 1897 cresceu na Tasmânia até 1901. Contrariando a mãe entrou para o curso do exército e apesar de não ser brilhante conseguiu entrar para a Academia Militar Real aos 19 anos. Punido por um incidente com seus valentões, formou-se atrasado e foi parar no inferior Regimento de Warwickshire, depois de passar pela Índia estava estacionado no Quartel de Napier quando a ordem de mobilização chegou.

Patton era único nascido em uma família de tradição originada no sul dos Estados Unidos, nasceu em 1985 em Passadena e seu pai o criou com o orgulho e os preconceitos dos cavaleiros sulistas. Patton conseguiu adentrar em West Point. Lá sua herança familiar nada valia, era considerado esnobe e repetiu o primeiro ano. Graduou-se em 1909 e foi parar na 15ª Cavalaria alocado em Fort Sheridan. Em 1913 passou pela Academia de Serviço Montado, criou o sabre Patton e quando o presidente anunciou que se manteriam neutros na guerra que começava ficou furioso.

"O cavaleiro intrépido. Um oponente do mais alto valor, em todos os sentidos."
Montgomery sobre Rommel

"Espero que Patton para de se endeusar e vá derrotar o inimigo."
Montgomery sobre Patton

Suas histórias começaram de forma lenta e não muito brilhantes. Soldados moldados ainda na forma antiga, de cavaleiros e espadas. Na Primeira Grande Guerra descobririam com fascínio o poder dos tanques. O que aconteceu ali determinou os comandantes que se tornariam. Terry Brighton pinta um retrato amplo da personalidade dos três homens e não só os anos em combate. A pesquisa do autor brilha ao analisar os anos entre as guerras. Enquanto para Patton e Rommel era avançar a qualquer custo, sempre na linha de frente, Monty desenvolvia uma afeição pelo planejamento.

Com uma narrativa límpida, focada e que não perde um detalhe o autor nos leva pela vida dos três, caminhos que se entrelaçaram mesmo que separadamente. Rommel, Patton e Monty eram estudantes da guerra, críticos e analistas, tinham opiniões fortes e personalidades irascíveis. Terry Brighton mostra os homens por trás dos mitos, dos preconceitos ao ego inflado, dos medos as alegrias. Cartas, depoimentos de amigos e comandados.

"Rommel, seu bastardo magnífico!"
Patton sobre Rommel

"Monty é um velhote cansado. A guerra exige correr risco e ele não está disposto a assumi-los."
Patton sobre Montgomery

Leitura rápida e interessante, que cativa ao nos apresentar Rommel, um dos raros comandantes que era elogiado tanto por compatriotas, superiores, comandados e inimigos. Patton, uma das figuras mais controversas da Segunda Grande Guerra, homofóbico, racista, antissemita e anticomunista e Monty. Do respeito que nutriam por Rommel, ao ódio que alimentavam um pelo outro, Patton e Monty. Um livro bem amarrado, com uma perspectiva única dos acontecimentos que marcaram a História mundial. Uma bela edição da Record, com boa fonte e bela capa. Leiam! Imperdível. Até mais!

Um comentário:

  1. Eu não leio muitos livros assim da Segunda Guerra, sabe reais, mas parece interessante. Ótima resenha como sempre, até me deixou com vontade de ler! Beijos!

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