26/01/2016

Resenha - Cyberstorm


Nome: Cyberstorm
No Original: Cyberstorm
Autor (a): Matthew Mather
Tradutor (a): Carolina Caires Coelho
Páginas: 368
Editora: Aleph
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Em meio a uma forte tensão política internacional, os Estados Unidos sofrem um grande ataque cibernético: todos os meios de comunicação começam a falhar. Ao mesmo tempo, uma forte tempestade de neve assola a cidade de Nova York, e uma possível epidemia de gripe aviária parece se aproximar. Presos na cidade e quase sem contato com o resto do mundo, os moradores de repente se veem imersos em um cenário verdadeiramente apocalíptico. Enquanto rumores e especulações correm sobre a origem desses ataques, Mike Mitchell se concentra em questões que para ele parecem mais urgentes. A crise o atingiu em um momento crítico de sua vida, complicando seus já confusos problemas pessoais e financeiros. Agora, sua prioridade é manter a família unida e viva no crescente caos que se que se forma a sua volta.

Quando a Aleph lançou Cyberstorm fiquei bastante curiosa, mas devido ao ano infernal que estava tendo não tive chance de nem pensar em lê-lo. Contudo nesse fim de ano que passou me vi com a versão digital do livro em mãos. Com as férias e o merecido sossego em que me encontrava pude terminar a leitura em menos de um dia e simplesmente adorei tudo. Matthew Mather leva o leitor por um mundo assustadoramente parecido com o nosso, um mundo que pode se tornar realidade hoje, amanhã, a qualquer minuto. O que acontece em uma sociedade em que tudo, dos do sistema de água a rede elétrica inteira de um país é controlada por computadores em pleno a um blackout completo do sistema? Caos e é essa pergunta e essa resposta que o autor explora em Cyberstorm, conheça.

Mike estava tentando se concentrar no churrasco que tinha a sua frente, era Ação de Graças e o calor estava matando. A maioria dos vizinhos que ele convidara mais cedo aparecera. Perto da churrasqueira estava seu amigo Chuck, dono de uma rede de restaurantes ele estava preparado para toda e qualquer catástrofe, e naquele tempo Mike costumava achar graça das hipóteses e histórias que Chuck contava sobre o quão perto estavam de uma crise global. Tony o porteiro também prestava atenção aos comentários de Chuck sobre um possível ataque cibernético, ele era ex-militar e todo mundo o adorava. Mike não poderia imaginar que este seria o último feriado normal que eles teriam e nem que sentiria falta até mesmo dos pais irritantes de sua esposa Lauren. As notícias continuaram ao longo de dezembro, a China estava atacando a rede americana de computadores, um surto de gripe aviária estava assolando a China, ameaças eram feitas todo dia, mas quando as máquinas de cartão, a internet e todo sistema básica de transações começou a falhar, os metros param, as notícias falam de um ataque massivo no ciberespaço americano e junto surge um boato de surto de gripe Mike começa a ficar assustado. Nas ruas as pessoas estavam ficando desesperadas, a energia elétrica foi a próxima a cair e junto com a crise a nevasca chegou, cobrindo Nova York de branco e sem energia. No prédio eles se amontoam no apartamento de Chuck, graças aos seus estoques sobreviver parece possível, mas o que era uma crise de dias logo vira semanas. E todo mundo sabe o que a fome e o desespero desperta no ser humano, no fundo ainda somos animais e para sobreviver parece que tudo é válido. Em meio ao caos e a barbárie Mike tentará manter a família e os amigos vivos para o que quer que aconteça. Muitos falam de uma invasão de China, seria esse o fim dos Estados Unidos como ele conhecia?

Essa é a premissa de Cyberstorm, um thriller assustadoramente possível, que mostra de uma maneira contundente e incomoda o quão vulneráveis estamos por depender cada vez do mundo virtual para viver. Matthew Mather conduz o leitor por um cenário que responde aos "e se" que não gostamos de pensar ou muitas vezes pensamos estar apenas nas páginas das ficções. O autor desconstrói o cenário de Nova York criando uma carcaça do que ela é, prédios e ruas no escuro, a neve acumulando, lojas sendo saqueadas e o ser humano voltando ao estado primitivo de pânico e instinto de sobrevivência. No meio da escuridão da cidade seus protagonistas tentam se apegar uns aos outros e não se entregarem aos instintos, mas a cada dia que passa isso se torna mais e mais difícil.

Mike ao lado de Chuck tenta controlar a situação, organizar as pessoas do prédio, dando o mínimo de conforto, mas lá fora as pessoas perdem cada vez mais a noção da realidade, a violência se espalha e quando o grupo de Mike, sua família e amigos se veem ameaçados Mike tenta não cruzar a tênue linha que separa o certo e errado. Não há previsão da "vida normal" retornar, a polícia está perdendo o controle, a cidade é posta em quarentena e tudo piora com os alimentos ficando escassos. O ser humano em uma situação desses é como todo animal acuado e ferido, ele fica perigoso, tende a atacar antes de pensar e para salvar a família Mike arriscará tudo. O que está acontecendo lá fora? Por que ninguém veio resgatá-los? Como o país abandona sua maior cidade? Será que o país foi invadido? O que poderia ser tão ruim?

A leitura é rápida, depois de começada é impossível largar antes da conclusão. A narrativa de Mather é instigante e o ritmo constante nem acelerado e nem lento casa perfeitamente com o caos, transportando o leitor para a escuridão e o frio da cidade, conseguimos sentir o medo e o desolamento do grupo de Mike vividamente assim como o pânico das páginas finais. Entra para os quase favoritos porque o fim poderia ter sido menos rápido e mais calmamente desenvolvido. A edição da Aleph está perfeita, ótima tradução e capa bem adaptada. Adoraria ver a trama adaptada para o cinema, se benfeita essa transição renderia um filme de tirar o folego. Recomendo a todos que gostam de uma ficção apocalíptica mais realista e terrivelmente palpável. Mesmo se você não é chegado em tramas e thrillers apocalípticos recomendo pelo drama psicológico e pela real chance de algo semelhante acontecer com nosso mundo conectado. Leiam! Até mais!

Acompanhe a editora Aleph:

0 comentários:

Postar um comentário

Respeito é bom e eu gosto.
Não use palavras grosseiras, seja educado.
O blog é um lugar amigável, aja de acordo.