01/05/2015

Resenha - Brutal


Nome: Brutal
No Original: Cold Killing
Autor (a): Luke Delaney
Tradutor (a): Maira Parula
Páginas: 416
Editora: Fábrica 231
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Sean Corrigan é um herói que encarna a missão de desvendar mortes e descobrir quem os cometeu, e fazê-los pagar. Corrigan, no entanto, não é um detetive comum.  Sua infância sofrida e traumática - era abusado sexualmente pelo pai - despertou nele uma conexão com o lado obscuro do ser humano. Ao investigar cada morte, o detetive consegue imaginar - e mesmo sentir - o que motiva o assassino a realizar suas mortes. É essa intuição poderosa que vai orientar Sean Corrigan e sua eficiente e leal equipe na busca pelo assassino de Daniel Graydon. O assassino é um homem frio, que busca a cada morte aprimorar seus métodos de matar. Suas vítimas não têm perfil específico e ele pode agir tanto por impulso como ficar semanas estudando a rotina da sua 'presa'. Pode ser homem, mulher, mais velho ou mais jovem. Não importa. O que há em comum, porém, é uma intensa crueldade revelada na brutalidade das mortes e no potencial que ela tem de infligir sofrimento à vítima. Calculista, ele evita ser visto e nunca deixa pistas na cena do crime, simulando sempre uma situação que possa confundir a polícia, como a de sugerir um crime passional, no caso de Graydon.

Quando comecei o blog gostava muito de ler livros investigativos policiais, com suspense, mistério, boas tramas e assassinatos estranhos e intricados, mas com o passar dos anos minha lista de leitura foi comportando menos e menos destes livros por isso quando vi Brutal nos lançamentos do Fábrica 231 não resisti em solicitá-lo. Primeiro da série Sean Corrigan o livro chega com comentários interessantes lá fora e uma trama que se revela diferente do que eu imaginava, macabra sim, um tanto complexa, mas não sei, conheçam e tentem entender minha hesitação.

Logo no começo somos apresentados ao assassino, uma pessoa fria e meticulosa que trabalha em seus crimes como uma obra de arte, nada pode sair do lugar, tudo o que ele faz é pensado e deixa exatamente o que quer para a polícia encontrar. Quando ele quer pode matar sem planejamento, mas até isso é um planejamento. Matar Daniel Graydon era apenas mais um jogo para ele. A polícia deveria achar o corpo com as 77 facadas em um cenário de caos e pensar que se tratava de um crime passional. Porém quando o crime cai nas mãos do detetive investigativo Sean Corrigan tudo pode acontecer. Sean tem um passado doloroso e sombrio que o faz ver além do que a cena do crime mostra. Ele entende os assassinos como ninguém, consegue sentir o mal, sentir seu propósito e quando entra naquela cena de crime sabe que nada ali é o que parece. O assassino de Daniel Graydon fez um imenso esforço para desviar o foco da polícia e isso é o suficiente para atiçar os instintos do detetive. Ao lado de Donnelly, um dos detetives de sua divisão ele buscará pistas nos lugares mais improváveis. Porém o que ele não esperava era encontrar no caminho algo mais perigoso e assombroso do que imaginou. Este não é um assassino que se contenta com jogos simples, e qualquer erro pode custar caro. Será mesmo que no fim o culpado estará preso? E o que isso custará a Sean?

É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e devo dizer que Brutal é diferente do que eu esperava. Não é apenas um detetive com instintos aguçados que entende o mal por ter vivido o mal quando era jovem, e muito menos apenas um serial killer que gosta de brincar com a polícia. O autor conseguiu dar um nó na trama sem perder agilidade, com uma história que prende o leitor e nos instiga página a página. As descrições são pontuais conseguindo levar o leitor ao mundo investigativo diferente que é o do Reino Unido, porém ao mesmo tempo que é original não é. E é neste ponto que Delaney deixará muito leitor fã do gênero confuso quanto ao livro.

O protagonista Sean tem algo que o torna interessante, e que ao mesmo tempo pode deixar o leitor achando tudo fácil demais, a forma como ele segue seu instinto e o tanto que o passado o mudou são coisas que casam e vão de encontro em vários momentos. Será mesmo que um bom detetive é capaz de enxergar, deduzir, intuir ligações que ninguém mais vê e que não estão ligadas hora nenhuma? A narração é dividida entre o protagonista, o assassino e diversos personagens de acordo com a necessidade, tornando o ritmo fluido e o desenrolar instigante, o fim deixa o leitor curioso pelo próximo livro e se perguntando o que diabos aconteceu.

A leitura começa lenta, mas ganha ritmo logo no começo e nos leva até o capítulo final se deixarmos numa toada só. Luke Delaney tem grandes qualidades como autor de suspense investigativo, foi elogiado por público e crítica, e espero que no próximo livro os poucos pontos que podem ser considerados comuns suma de sua narração. Sean Corrigan é um personagem interessante que adoraria ver numa série de televisão ou mesmo no cinema. A edição da Fábrica 231 está ótima, tradução cuidadosa, fonte e tudo certinho, mas não gostei do título, poderia ter sido melhor adaptado. Recomendo a todos que são fãs do gênero, e também para quem gosta mais de séries e filmes do tipo, o livro tem ambientação forte e vívida que agradará bastante o leitor que prefere o visual. Suspense, ação e mistério. Leiam e se surpreendam! Até mais!

D.I. Sean Corrigan - Luke Delaney
1- Brutal
2- The Keeper
3- The Toy Taker
4- The Jackdaw

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