21/01/2015

Resenha - Voos e Sinos e Misteriosos Destinos


Nome: Voos e Sinos e Misteriosos Destinos
No Original: Flights and Chimes and Mysterious Times
Autor (a): Emma Trevayne
Tradutor (a): Álvaro Hattnher
Páginas: 312
Editora: Seguinte
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Nesta fábula moderna, com gosto das aventuras clássicas que encantam os jovens leitores há tantos anos, conhecemos a história de Jack Foster, um garoto de dez anos que, como qualquer um da sua idade, sonhava viver grandes aventuras. Ele morava em Londres mas estudava em um colégio interno, voltando para casa apenas nas férias, quando ficava completamente entediado. Mas, um certo dia, Jack atravessa uma porta mágica e, do outro lado, encontra uma cidade ao mesmo tempo muito parecida e muito diferente daquela que conhecia. Em Londinium, apesar de reconhecer as ruas e prédios, ele encontra um cenário steampunk, com engrenagens e fuligem por todos os lados. Por ali era raro encontrar alguém que não tivesse nenhuma parte do corpo feita de metal. E era justamente isso que a Senhora - uma mulher rígida e temperamental que governava a cidade desde sempre - buscava: um filho de carne e osso. Jack logo descobre que aquele lugar era extremamente perigoso, e que voltar para casa não seria tão fácil quanto tinha sido chegar até ali...

Quando a Seguinte anunciou a compra dos direitos do primeiro livro avulso da autora Emma Trevayne fiquei bastante contente porque já estava de olho no livro por seus elementos steampunk. Com um título bem adaptado e capa mantida o livro chegou surpreendendo o leitor desde as primeiras páginas. Conheçam o fabuloso Voos e Sinos e Misteriosos Destinos.

Jack Foster está cansado de ser mandado de lá para cá. Sua mãe não entende sua necessidade de desmontar as coisas para ver como funciona e ele também odeia ter que voltar para seu colégio. Espionando mais um dos jantares misteriosos que sua mãe dá Jack conhece o Sr. Havelock, segundo a mãe ele é um espiritualista, membro da Sociedade e Jack fica intrigado com seus olhos e com sua mágica. Quando mais tarde ouve o Sr. Havelock conversando com a mãe e insistindo que ele tem talento para seguir o mesmo caminho que ele, Jack fica muito animado, mas para sua tristeza e revolta a mãe nem cogita a possibilidade. Jack fica arrasado, parece que a mãe o odeia e só se importa com jantares, por isso no dia seguinte depois de comprar roupas novas com a nova governanta Jack estava passeando observando os barcos quando vê o misterioso Sr. Havelock passando apressado. Sem pensar duas vezes decidi segui-lo e fica surpreso ao ver o homem entrar numa porta que surge do nada na lisa parede do relógio. Sem perder tempo ele repete o que o Sr. Havelock fez o seguindo pelo corredor. Para sua surpresa termina em uma rua cheia de chaminés, cinza e chuvas, onde as pessoas parecem ter membros mecânicos, e ao tentar encontrar sua casa acaba conhecendo Beth, uma menina que parece uma boneca de corda. Depois de dar corda em Beth, a treze os dois procuram a casa de Jack, mas não há sinal de sua casa. No céu aeronaves cruzam para lá e para cá, Jack conhece várias fadas e fica intrigado com os maquinários que vê e quando diz que veio através da parece Beth decide levá-lo para conhecer o Dr. Cataplasma mal sabendo que não muito longe dali, Lorcan Havelock tem planos para ele. A Senhora quer um novo filho e Lorcan irá entregá-lo, mesmo que o mate depois. Afinal a Senhora era dele, sempre seria sua mãe e não seria um garoto estúpido que ficaria em seu caminho.

É a partir dessa premissa que a história se desenrola e quando percebemos já estamos chegando à metade do livro. A narrativa é alterna entre Jack e Lorcan, através deles conhecemos essa versão steampunk da Londres vitoriana. O fascínio de Jack pelas engrenagens, seu talento e curiosidade para a mecânica diante de todos os elementos da Londinium é cativante e ficamos impressionados e curiosos diante desse novo mundo. Trevayne conduz o leitor com descrições precisas e uma bela ambientação que salta aos olhos. Sua Londres mecânica é criativa e inovadora, todos os mistérios em torno da cidade, do povo e da Senhora são suficientes para encher uma série. De pessoas metade máquina a máquinas animadas por magia, construções inteiras de engrenagens a dirigíveis aviões.

Jack é impetuoso na medida certa e passa realidade sempre agindo de acordo com sua idade. Trevayne acertou ao nos apresentar um protagonista que confia nas pessoas erradas por sonhar com algo mais, um protagonistas que erra e desconfia de quem não devia, mas também um protagonista que se sacrifica e enxerga que errou. Jack conquista o leitor capítulo a capítulo assim como Beth, a décima terceira, a menina que não é boneca e nem menina. Impossível também não comentar sobre o Dr. Cataplasma e sua triste história e sobre Zeno. Como eu disse antes é impossível não gostar de todos os personagens e desse universo fabuloso criado por Trevayne. O fim foi uma promessa e amarrou bem as pontas, terminamos o livro querendo muito mais pela riqueza do todo e imensamente satisfeitos com o desfecho.

Leitura rápida, instigante e deliciosa. Com um universo de encher os olhos e uma narrativa fluída, Emma Trevayne conquistará leitores de todas as idades e mostra que um universo intrigante, rico e criativo aliado a uma narrativa envolvente e a bons personagens é a receita certa para um bom livro. A edição da Seguinte está ótima, fonte confortável, boa tradução e perfeita adaptação do título e da capa. Uma história que sem dúvidas renderia um belo filme. Recomendado a todos que cansaram de série e procuram algo único, com mundo marcante, criativo e uma trama repleta de mistérios. Leiam e se encantem! Até mais!

Um comentário:

  1. Adoro histórias em que existe portais com um mundo diferente,cheio de aventuras,magia e diversão...Quem não queria atravessar um portal encantado? A capa é super fofa e adoraria conhecer essa Londinium com o Jack!
    Bjos *--*

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