15/12/2014

Resenha - Coração de Pedra


Nome: Coração de Pedra
No Original: Stoneheart
Autor (a): Charlie Fletcher
Tradutor (a): Lídia Luther
Páginas: 464
Editora: Geração
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Conta a fascinante história de uma guerra entre estátuas mitológicas e estátuas de seres humanos em Londres. O início de tudo foi um soco de um adolescente, George Chapman, decepando a cabeça de um dragão de pedra do pórtico do Museu de História Natural. Ele é perseguido por um Pterodáctilo, réptil de dentes afiados e pontudos, que se soltou da fachada do museu e o olhava fixamente com ódio e fome. George é salvo pela estátua do Artilheiro do Memorial de Guerra. Somente o jovem enxerga as estátuas em movimento. Para reparar o estrago que aprontou, ele tem de colocar a cabeça do dragão no Coração de Pedra, mas George não sabe onde encontrá-la. Na busca, conta com a ajuda de Edie, uma menina bem decidida. Com linguagem ágil e fácil, a história tem ritmo eletrizante, mas ao mesmo tempo diverte.

Quando a Geração anunciou o lançamento do segundo livro desta trilogia fiquei bastante surpresa visto o tempo que tinha se passado desde o lançamento primeiro livro. Coração de Pedra foi um dos livros que despertou minha atenção quando conheci o catálogo da editora e por isso não perdi a oportunidade em solicitá-lo. Com uma premissa inovadora e um universo assombroso Charlie Fletcher cativa o leitor de forma única. Conheçam os segredos e mistérios de Coração de Pedra.

George estava tendo mais um dia difícil em sua turma do colégio. A visita ao museu fora tão desastrosa quanto qualquer outro dia e agora ele estava de castigo por algo que nem mesmo fizera. Saindo em disparada da sala onde seu professor o deixou para pensar no que havia feito, George sem pensar muito acaba decepando a cabeça de um dragão de pedra em frente do Museu e para seu completo horror e descrença seu ato provoca a ira de um pterodátilo que ganhou vida na fachada do prédio. O olhar de ódio e fome que recebe é suficiente para fazer George correr e o que mais impressiona o garoto é que ninguém parece notar a imensa criatura de pedra cada vez mais próxima de conseguir atacá-lo. Fugindo pelas ruas de Londres George vai parar ao pés do Artilheiro do Memorial de Guerra, que o salva de um triste destino. Sem entender mais nada George ouve a estranha explicação do artilheiro, da diferença entre os cuspidos e os estigmas, e a animosidade que eles alimentam há tempos. Cuspidos são feitos por escultores baseados em figuras humanas, por isso eles transferem para a estátua uma parte dessa inspiração na figura real, tampando o buraco que consome os estigmas por dentro, a fome que eles alimentam. Estigmas são feitos para assustar ou baseado em algo desagradável como as gárgulas, e tem sempre o vazio que nos cuspidos é preenchido com parte do fazedor, da inspiração. George não pode negar que foi perseguido pela criatura. O Artilheiro acredita que as Esfinges, que são meio cuspidos e meio estigmas pode ajudar George a descobrir o que ele precisa fazer para corrigir seu feito, mas no meio do caminho eles encontrarão Edie, uma menina que o Artilheiro não gostaria de ter ao lado, mas que acabará ajudando na missão de George.

É a partir dessa premissa que a trama se desenrola e conhecemos o assombroso universo criado pelo autor. Fletcher surpreende o leitor desde o primeiro momento com o ponto de partida inovador. Criaturas de pedra que não se dão muito bem? O autor sabe como já era estranho andar pelas ruas reparando em cada estátua desde que assistir aos Wepping Angels de Doctor Who? Agora o senhor Fletcher conseguiu deixar tudo ainda mais sombrio, com sua narrativa extremamente fluida e uma ambientação precisa o autor nos leva pelas ruas de Londres lado a lado aos seus personagens, curiosos e intrigados com os elementos que se revelam a cada capítulo. Terminamos o livro conhecendo bem mais as histórias de Londres e esse lado da história me lembrou um dos meus autores favoritos, sendo mais um dos pontos que me fez gostar muito da leitura.

Outro lado que gostei muito na história construída por Fletcher é a personalidade de seus personagens, tanto protagonistas como secundários. Tem algo no tom do Artilheiro, de George e mesmo de Edie que me cativou logo nos primeiros capítulos. A amizade que se desenrola entre o Artilheiro e George também merece destaque, o final do livro e tudo o que aconteceu só enriqueceu ainda mais a trama dos dois. Fletcher fez um trabalho interessante ao apresentar diferentes cuspidos, do Artilheiro, passando pelo Dicionário, ao Frade e o Fuzileiro, contando não só a história real de cada marco das ruas de Londres como o que tinha por trás da imagem. Um universo rico e encantador, com toques sombrios, de muitos mistérios e segredos que deixam o leitor curiosos para saber o que vem por aí e quais as respostas para os diversos enigmas deixados no ar.

Leitura rápida e envolvente, que instiga pela inovação da premissa e cativa pelas nuances de seus personagens. Charlie Fletcher inicia sua trilogia de maneira assombrosa, acertando tanto no tom, na construção da trama e dos mistérios além de uma ótima ambientação. A edição da Geração está ótima, com fonte agradável e boa capa. Uma história que sem dúvida renderia um filme ou série marcante. Recomendado a todos que procuram uma trilogia juvenil de universo rico, criativo e repleto de surpresas, com uma trama que foge de formulas comuns e surpreende. Leiam! Até mais!

Coração de Pedra - Charlie Fletcher
1- Coração de Pedra
2- Mão de Ferro
3- Silvertongue

Um comentário:

  1. Adorei conhecer e concordo com o que disse, assim só piora os Weeping Angels, haha, já ando olhando para os lados nas ruas, gente deve ser muito legal a trama, Londres é cheia de monumentos e gárgulas, parece bem criativo pela resenha, gostei de conhecer. Ótima resenha! Beijos!

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