Nome: Quando Ela Acordou
No Original: When She Woke
Autor (a): Hillary Jordan
Tradutor (a): Sonia Coutinho
Páginas: 434
Editora: Bertrand Brasil
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Uma fábula oportuna sobre uma mulher estigmatizada que luta para navegar na América de um futuro não tão distante, em que a fronteira entre igreja e Estado foi extirpada e os criminosos condenados não são mais presos e reabilitados, mas cromados e novamente soltos no meio da população, para sobreviverem como puderem. O livro apresenta uma metáfora, por exemplo, dos judeus europeus durante o domínio nazista ou dos negros americanos na década de 60. A transformação de um ser humano – ou transfiguração, como utilizado no livro – é um tema importante tratado na história. As dificuldades que surgem ao longo desse processo fazem com que, segundo a autora, as pessoas enfrentem o desconhecido, a vida, com mais coragem. Uma mistura de temas polêmicos, como a separação entre religião e Estado, aborto e justiça com uma história cativante e uma heroína fantástica. Foi comparado a grandes clássicos da literatura, como A Letra Escarlate e Robinson Crusoé. Com o passar do tempo, tornou-se sucesso entre os críticos de todos os veículos de comunicação.
Desde que conheci a história criada por Hillary Jordan fiquei com vontade de ler. Releituras de clássicos famosos nesse estilo são raras e a destreza da autora ao reinventar a situação de A Letra Escarlate em um futuro não tão distante é espantosa. Um conto emocionante sobre dor transformada em vergonha e humilhação pública, sobre superação e enxergar a verdade mascarada por trás do fanatismo religioso.
O mundo em que Hannah vive é regido pela religião. Os homens detém o poder dentro da família, as mulheres devem ser discretas e desde cedo aprendem como a se comportar, e como se tornar uma esposa ideal. Todo o modelo de sociedade baseado na religião teve início quando um vírus, uma DST, se alastrou mundo a fora tirando a fertilidade das mulheres. Alguns países aprovaram a inseminação em todas as mulheres, mesmo as muito jovens, mas em outro foram as leis que santificavam a vida que entraram em vigor. Com os orfanatos vazios, e as pessoas cada vez mais desesperadas para terem filhos as leis que proibiam o aborto em todos os casos eram motivo de resistência. Quando outras doenças se espalharam a crise aumentou, com preços altos e pouco alimento o governo decidiu que ao invés de gastar milhões alimentando criminosos investiria o dinheiro no povo honesto, criando assim o sistema de cromagem. Cada crime era representado por uma cor e os condenados teriam de enfrentar suas penas no mundo real, sendo julgados e apontados, muitas vezes até mortos. Hannah acaba de ser condenada por um aborto. Dezesseis anos com a pele cromada de vermelha. Da cabeça aos pés. Ela não revelou o nome do pai da criança e nem o nome de quem fez o aborto. Sua família está arrasada e Hannah passará por tortuosos caminhos até compreender que o crime não foi seu. Vivendo na pele o sofrimento de ser um cromado Hannah entenderá o quão desumano é o sistema e o pouco que existe de fé, amor ao próximo e perdão nesse estado que se esconde atrás dos preceitos religiosos.
É a partir dessa premissa que a história se desenvolve levantando questionamentos através de uma narrativa fluida e marcante. Um olhar aguçado que desconstrói um sistema todo religioso dando vida a uma trama triste e bela. Hilary Jordan surpreende o leitor com uma fábula cativante sobre uma mulher que representa o feminino estigmatizado em uma sociedade não tão distante da realidade de muitas regiões do mundo atual. Através do olhar agudo de Hannah, uma garota que agora vive em contradição com tudo o que aprendeu ao longo da vida que mergulhamos nos questionamentos sobre a cromagem de criminosos e os direitos da mulher enquanto ser humano.
Jordan questiona e descore sobre uma sociedade onde a mulher assim como os gays, negros e qualquer outra minoria sofrem com o preconceito da sociedade. Uma sociedade que usa os ensinamentos da igreja católica de forma radical. Acompanhar o amadurecer de Hannah foi algo tocante. A fluidez da prosa é algo que tornou a narração mais visceral, que ressoa no leitor de forma única. Uma trama que desperta sentimentos, desde a revolta até a compaixão. É incomodante ver que Hannah a princípio sofre não pela cromagem e sim por ter quebrado os mandamentos que aprendeu e viveu durante toda a vida. É triste ver o quanto ela se desvaloriza, colocando a si próprio abaixo qualquer coisa, acreditando que merece sua pena. A autora leva Hannah até o ponto de virada de maneira crível, sempre com momentos e comentários que mostram que não se acostuma e abandona preceitos de uma vida inteira de uma hora para outra.
Uma leitura rápida, com um mundo construído a margem, através de seus personagens e que leva o leitor a questionar o valor de crer em algo tão intensamente e um final que longe da redenção, chega perto da libertação. Um acerto de contas entre tudo o que Hannah aprendeu a vida inteira e a verdade que ninguém deveria esquecer: todos os seres humanos são iguais e todos merecem respeito. Fiquei muito curiosa a respeito do depois já que fica a abertura para uma continuação tão rica quanto.
A edição da Bertrand está ótima, fonte agradável, capa mantida e texto cuidadoso. Uma história que sem dúvidas renderia um filme tão marcante quanto o livro. E que com as atrizes corretas se tornaria uma grande obra dos cinemas. Recomendado a todos que procuram algo diferente. Romance com ares distópicos e uma prosa poderosa, que discute através da vida de uma mulher o que acontece quando as linhas que separa estado e igreja desaparecem. Tocante, vertiginoso e marcante, a história de Hannah irá conquistar você. Leiam! Até mais!
O mundo em que Hannah vive é regido pela religião. Os homens detém o poder dentro da família, as mulheres devem ser discretas e desde cedo aprendem como a se comportar, e como se tornar uma esposa ideal. Todo o modelo de sociedade baseado na religião teve início quando um vírus, uma DST, se alastrou mundo a fora tirando a fertilidade das mulheres. Alguns países aprovaram a inseminação em todas as mulheres, mesmo as muito jovens, mas em outro foram as leis que santificavam a vida que entraram em vigor. Com os orfanatos vazios, e as pessoas cada vez mais desesperadas para terem filhos as leis que proibiam o aborto em todos os casos eram motivo de resistência. Quando outras doenças se espalharam a crise aumentou, com preços altos e pouco alimento o governo decidiu que ao invés de gastar milhões alimentando criminosos investiria o dinheiro no povo honesto, criando assim o sistema de cromagem. Cada crime era representado por uma cor e os condenados teriam de enfrentar suas penas no mundo real, sendo julgados e apontados, muitas vezes até mortos. Hannah acaba de ser condenada por um aborto. Dezesseis anos com a pele cromada de vermelha. Da cabeça aos pés. Ela não revelou o nome do pai da criança e nem o nome de quem fez o aborto. Sua família está arrasada e Hannah passará por tortuosos caminhos até compreender que o crime não foi seu. Vivendo na pele o sofrimento de ser um cromado Hannah entenderá o quão desumano é o sistema e o pouco que existe de fé, amor ao próximo e perdão nesse estado que se esconde atrás dos preceitos religiosos.
É a partir dessa premissa que a história se desenvolve levantando questionamentos através de uma narrativa fluida e marcante. Um olhar aguçado que desconstrói um sistema todo religioso dando vida a uma trama triste e bela. Hilary Jordan surpreende o leitor com uma fábula cativante sobre uma mulher que representa o feminino estigmatizado em uma sociedade não tão distante da realidade de muitas regiões do mundo atual. Através do olhar agudo de Hannah, uma garota que agora vive em contradição com tudo o que aprendeu ao longo da vida que mergulhamos nos questionamentos sobre a cromagem de criminosos e os direitos da mulher enquanto ser humano.
Jordan questiona e descore sobre uma sociedade onde a mulher assim como os gays, negros e qualquer outra minoria sofrem com o preconceito da sociedade. Uma sociedade que usa os ensinamentos da igreja católica de forma radical. Acompanhar o amadurecer de Hannah foi algo tocante. A fluidez da prosa é algo que tornou a narração mais visceral, que ressoa no leitor de forma única. Uma trama que desperta sentimentos, desde a revolta até a compaixão. É incomodante ver que Hannah a princípio sofre não pela cromagem e sim por ter quebrado os mandamentos que aprendeu e viveu durante toda a vida. É triste ver o quanto ela se desvaloriza, colocando a si próprio abaixo qualquer coisa, acreditando que merece sua pena. A autora leva Hannah até o ponto de virada de maneira crível, sempre com momentos e comentários que mostram que não se acostuma e abandona preceitos de uma vida inteira de uma hora para outra.
Uma leitura rápida, com um mundo construído a margem, através de seus personagens e que leva o leitor a questionar o valor de crer em algo tão intensamente e um final que longe da redenção, chega perto da libertação. Um acerto de contas entre tudo o que Hannah aprendeu a vida inteira e a verdade que ninguém deveria esquecer: todos os seres humanos são iguais e todos merecem respeito. Fiquei muito curiosa a respeito do depois já que fica a abertura para uma continuação tão rica quanto.
A edição da Bertrand está ótima, fonte agradável, capa mantida e texto cuidadoso. Uma história que sem dúvidas renderia um filme tão marcante quanto o livro. E que com as atrizes corretas se tornaria uma grande obra dos cinemas. Recomendado a todos que procuram algo diferente. Romance com ares distópicos e uma prosa poderosa, que discute através da vida de uma mulher o que acontece quando as linhas que separa estado e igreja desaparecem. Tocante, vertiginoso e marcante, a história de Hannah irá conquistar você. Leiam! Até mais!
Amei sua resenha, o livro parece ser daqueles que você senta e fala que vai ler por uma hora e na hora que ver a noite já se foi. A parte de trata sobre o fanatismo religioso deve ser bem complicado.
ResponderExcluirhttp://loucaescrivaninha.blogspot.com.br/
Todos os temas abordados são muito difíceis e polêmicos. Acredito que esse livro faz com que se pense em tudo e em nada ao mesmo tempo.
ResponderExcluirEssa história tem em comum com a A Letra Escarlate, apenas a pressão da sociedade para ficar marcada como Adultera. Nesse livro, pelo que li em sua resenha, a religião e a política, tem pontos de vista diferentes mas agem igual, no que tange, a marcar uma pessoa.
ResponderExcluirEm A letra escarlate, a mulher trai o marido, se nega a dizer o pai da criança que espera, e é obrigada a usar um A Escarlate na roupa para mostrar que é adultura, e isso se dá no século XVII.
Gostaria muito de ler o livro, tanto esse como A Letra Escarlate, pois desse, eu só assiti ao filme.
Polêmica..... esses livros sempre me chama super a atenção hahaha
ResponderExcluirCom certeza, depois dessa resenha, eu PRECISO ler esse livro
Valeu pela dica
Beijo
Já li algumas resenhas do livro esses dias e todas positivas. É um enredo interessante e todos alegam ser um livro impactante. São temas difíceis de se tratar e acho que isso o faz uma leitura intensa e reflexiva. Gostei =D
ResponderExcluirGente, amei a história.
ResponderExcluirEla parece ser tão real e ao mesmo tempo pesada.
Fiquei muito curiosa pela leitura.
http://lisos-somos.blogspot.com.br/
Eu não tinha lido resenha do livro ainda e amei tudo o que disse. Cansada de ver séries e trilogias, e por mais que tu tenha dito que pode virar se quiser, duvido que vire, torço para que não porque eu adorei tudo o que disse, o lance de distopia suave, e de lembrar Atwood me deixou bem curiosa. Amei a resenha! Beijo para ti!
ResponderExcluirOi!
ResponderExcluirDepois que li sua resenha estou com o sentimento de quero ler mas ao mesmo tempo não quero ler pois tenho medo de saber o que acontecerá com ela ou melhor de tudo do que ela passa e sofrerei com a personagem. Sempre tive curiosidade de ler A letra escarlate só não li porque quando procurei resenha dele, uma delas contava o final e me desestimulei.
bjs
Estava muito curiosa com o livro porque parecia algo mais romance que distópico e pela resenha é como se o romance fosse uma dissertação sobre a distopia, não sei, parece muito bom, mas não gosto de sofrer com o personagem, pelo menos não tanto como parece que é, ainda mais se ele parece com A Letra Escarlate e com O Conto da Aia, ótima resenha, beijos!
ResponderExcluirOi, Yas! Quando vi que citou A Letra Escarlate, logo fiquei ainda mais atenta. Há algum tempo quero ler este livro, e não sei porque ainda não o fiz. Não conhecia esse livro, e pela sinopse e resenha, vi que realmente o tema proposto é bem polêmico. Tratando de política e igreja, a coisa realmente pega fogo. Hahaha. E, por saber que há distopia no meio, também... eu preciso desse livro já. Espero poder lê-lo logo e tirar minhas conclusões. Beijocas.
ResponderExcluirNão sei o porquê, mas eu quando vi a modelo da capa me lembrou a Taylor Swif '-', um ar meio angelical, mesmo com um tom obscuro, e parece que a capa faz jus à história, que pela sinopse me confundi, e não me agradou, mas Yasmin, tua resenha abriu os olhos, assim vamos dizer, para a história me conquistar, e chegou a me arrepiar. São temas interligados muito complicados, sensíveis podemos dizer. Deve-se ter coragem escrever sobre assuntos assim polêmicos, religião, aborto, a pobreza, a sociedade decadente, com certeza é uma história e tanto. Bjs
ResponderExcluirEsse é um dos livros que mais estava esperando do ano. É distópico e dos chiques vamos dizer, aqueles super elogiados e que deixam a gente com vontade de ler não só pela sinopse, mas pelas críticas que recebe. A história parece assustadora e realista pelo que disse na resenha e quero muito ler. Parece um dos que marca quem lê. Ótima resenha, espero ler logo. Beijos!
ResponderExcluirHavia visto em algum lugar , parece ser bom;
ResponderExcluirParece ser muito bom. :)
ResponderExcluirQuando ela acordou é parece ser aquele tipo de livro que te põe para pensar, ou que traz a tona vários questionamentos sobre o futuro da humanidade, de uma forma geral. Pelo que eu vi, a primeira frase desse livro é: ''Quando ela acordou estava vermelha''! uau, parece que te prende até a última página!
ResponderExcluirNão é do tipo de livro que gosto, mas me esforçaria pra ler!
ResponderExcluirNão canso de falar, amo distopias! Sinopse interessante e capa linda, tem como não querer ler?
ResponderExcluirHistórias sobre o governo e religião sempre dão pano pra manga, a resenha me deixou ainda mais curiosa. ;)
Quando li "Quando ela acordou estava vermelha…", achei que fosse vermelha de sangue, banhada por sangue, e conforme fui acompanhando resenhas vi que se tratava de algo diferente. É um tema polêmico.
ResponderExcluirNão conhecia o livro e na verdade nem fazia ideia que tratava de um mundo com características distópicas, mas vai além disso, pois quando se trata de religião e todo esses pré conceitos envolvendo as mulheres, só pode sair um excelente enredo.
ResponderExcluirJá fiquei apaixonada pela capa que é linda. Agora lendo a sua resenha, fiquei mais que encantada com a história e a personagem. Realmente usar a religião na história foi incrível, nem todo autor gosta muito de falar tão abertamente sobre o domínio e exageros que nela ocorrem. brilhante e vou adorar ler e saber qual vai ser o desfecho dela...
ResponderExcluirleitura rápida com +de 400 páginas? tem que ser ficção científica da melhor qualidade mesmo
ResponderExcluirAchei a história um pouco confusa, não me animei muito para ler (e olha que gosto de distopias)
ResponderExcluirNunca li nenhum livro da autora, mas também não e interessei pelo livro.
ResponderExcluirMe parece que esse livro tem uma carga bem densa. Não sou muito fã de histórias assim, mas aborda temas tão polêmicos, atuais e reais (infelizmente), que acabei me interessando em lê-lo. Fanatismo religioso, poder opressor, humilhação, preconceito, dão muito pano pra manga.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Não conhecia a autora, mas gostei muito da resenha, apesar de não saber se leria o livro.
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