13/05/2013

Resenha - Roubo de Espadas


Nome: Roubo de Espadas
No Original: Theft Of Swords
Autor (a): Michael J. Sullivan
Tradutor (a): José Roberto O’Shea
Páginas: 602
Editora: Record
Comprar: Travessa - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Royce Melborn e Hadrian Blackwater, os ladrões mais habilidosos de todos os reinos, construíram sua fama ao realizar façanhas aparentemente impossíveis. Porém, após concordar em roubar uma famosa espada do interior de um castelo, os dois se envolvem numa trama repleta de armadilhas, anões, elfos, conspirações políticas, magia e, sobretudo, perigosas reviravoltas. Para comtemplar a missão com sucesso, Royce e Hadrian precisam ser cuidadosos ao escolher inimigos e aliados, pois não é apenas a vida da dupla que está em jogo,mas o futuro da Igreja, dos reinos e de todo o mundo.

Desde que me entendo por leitores sou aficionada por fantasia, principalmente epic-fantasy e high-fantasy por isso foi com consternação que aceitei o fato de que se esperasse os livros saírem em português jamais leria grande coisa do gênero. Ano passado em meio aos meus devaneios descobri várias séries e trilogias maravilhosas do gênero, mas já as tinha colocado no patamar do jamais vou ler. Por isso quando vi o livro de Michael J. Sullivan dentre os lançamentos da editora Record quase não acreditei, estampei o sorriso na cara e aproveitei para solicitar o livro como o primeiro da parceria com a editora. Menos de dois dias de leitura e 602 páginas posso dizer que o autor consegue um universo bastante criativo, rico e inovador.

O maior problema das pessoas com fantasia é o medo e a impressão de que tudo descende (de uma forma ruim e repetitiva) daquelas duas séries famosas que vou eximir-me de dizer o nome. E nesse movimento acabam perdendo grandes leituras. Roubo de Espadas nos traz dois ladrões, que logo se pressupõe serem anti-heróis, como protagonistas da história, e que cativam o leitor com uma gama de personalidade única, conflitos interessantes e ações de constroem figuras cheia de segredos e mistérios, diferentes, mas iguais.

Royce e Hadrian estavam voltando do último trabalho quando se deparam com um sujeito que se apresentou como barão DeWitt. Ele queria que a dupla roubasse a espada de um adversário pois sabia que se o enfrentasse em um duelo morreria. Tinha olhado para a mulher errada e o Conde Pickering era conhecido no reino por não deixar barato. Todos tinham medo dos Pickering quando se tratava de espadas. E o conde só costumava vencer quando estava com sua misteriosa espada. Coisa simples à primeira vista não fosse pelo local e pelo evento que estava acontecendo. Royce não queria aceitar, mas Hadrian e sua mania de fazer boas ações o convenceu a aceitar. Ao chegarem no palácio no local indicado pelo barão Royce e Hadrian se viram no meio de uma armadilha, presos pela guarda real acusados de assassinar o rei de Melengar. Seria o fim dos famosos Riyria. Para surpresa de Hadrian e Royce no meio da noite presos em suas celas eles se viram diante da princesa Arista. Ela estava lhes oferecendo uma oportunidade de fuga, mas teriam de levar o príncipe irmão dela junto com eles. Arista suspeitava há dias que algo aconteceria e na tentativa de proteger Alric o quer longe da corte. Partindo pelo rio os dois desconfiam da proposta, mas sem opção melhor aceitam levar o príncipe e o anel do selo real que comprova sua identidade. A missão dos dois é levar o novo rei ao Cárcere da Gutaria, local que nem mesmos dois melhores ladrões dos reinos ouviu falar.

A partir daí a história se desenvolve e os elementos vão se unindo para formar a trama central por trás da história de Hadrian e Royce. Essa é a premissa da primeira parte do livro. Na segunda temos os eventos que se seguem após o término dessa história, por isso não posso dar detalhes da segunda parte sem soltar spoilers. São dois livros dentro de um que dão início aos meandros da busca pelo herdeiro de Novron. Achei interessante a ideia do autor de dividir o território entre monarquistas, nacionalistas e imperialistas. Cada um deles quer erguer um tipo de poder e estão dispostos a tudo para vencer. Por trás de cada grande rei e cada trama política encontra-se a Igreja de Novron que quer forjar a qualquer custo um herdeiro de Novron e impedir que encontrem o verdadeiro. Afinal o herdeiro verdadeiro não seria manipulado pela Igreja e poderia facilmente desmascarar os séculos de mentiras.

Ao lado de Royce e Hadrian temos vários personagens interessantes, cheio de segredos perigosos e segundas intenções. Gostei muito do modo como o autor se preocupa em amarrar todas as pontas da trama ao mesmo tempo em que introduzia peças do enredo. A narrativa é ágil e o ritmo constante, um daqueles raros livros que você tem vontade de ler de novo e de novo. É raro ver em livros de fantasia autores que acertam o equilíbrio entre o desenvolvimento dos personagens e do enredo central. A construção do mundo é criativo e o autor surpreende invertendo a ordem comum nos mundos de fantasia. Os elfos apesar da riqueza cultural e intelectual foram subjugados pelos humanos em uma guerra há quase um milênio, o antigo império caiu em um golpe e a paz reina hesitante. O eterno jogo político que impede a estrutura de ruir de uma só vez. Estou bastante curiosa para saber o que vem a seguir visto que ficaram perguntas interessantes no ar. Royce e Hadrian, ambos mais do que ninguém têm segredos a esconder, mas de que forma isso está ligado a trama central ainda estou tentando deduzir. E minha ansiedade ainda vai me matar. O que de tão grave pode separar esses dois no futuro?

Leitura rápida, instigante e viciante. Descrições acertadas, ambientação rica e um mundo com mitologia interessante e inovadora. Escrita fluída que encadeia elementos complexos com facilidade sem perder o ritmo. A edição da Record está ótima, fonte boa e tradução ótima. A princípio estranhei a capa, mas gostei. A história ficaria perfeita no cinema ou na TV. Recomendado a todos que buscam uma boa história de fantasia, mais complexa e criativa, que surpreende o leitor. Mistério, traição, segredos e ações heroicas dão o tom desse começo de série. Leiam! Até mais!

Revelações de Riyria - Michael J. Sullivan
1- Roubo de Espadas
2- Rise Of Empire
3- Heir Of Novron

13 comentários:

  1. Eu concordo com o que diz nos dois primeiros parágrafos, sobre o quão pouco eles dão valor a fantasia aqui no Brasil. Só ficam nas contas das duas séries mais famosas e sendo que a segunda delas só ganhou força com a série da HBO. É um absurdo, e acho injusto, mas pelo que vi você comentando no twitter isso está para mudar. E ainda bem. Eu estava com muita vontade de conferir esse lançamento, mas estava com medo do que ia encontrar. Amei a clareza da resenha e agora estou certa que quero ler. Adoro fantasias que não gastam trezentas páginas só para personagens e depois mais trezentas para a trama. Tem de ser junto, adorei. Ótima resenha! Beijos!

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  2. Eu estou gostando cada vez mais de fantasia e esse parece ótimo. O jeito que falou da trama e dos personagens sem falar no fato de querer ler mais de uma vez. Faz tanto tempo que não acho um livro assim. Já está na lista, mas adoraria ler em breve. Adorei a resenha.

    Abs!

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  3. Tbm gosto desse estilo de livro. Esse eu ainda não conhecia.
    Mais gostei, a dica já está anotada.
    Boa resenha.
    Beijos...

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  4. Primeira resenha que leio deste livro, me interessei e vou querer conhecer a série.
    Bjs, Rose.

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  5. Sim, realmente o preconceito contra a fantasia existe sim. Até eu, fantasia é quase sempre o gênero que menos leio. Sou mais ligada a histórias sensíveis, que me emocionem. Mas estou buscando sair da zona de conforto, gostei da dica, aliás o blog todo é um tributo as fantasias! Sorte de quem gosta do gênero e de quem quer coisa nova!

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  6. E é verdade, fantasia é uma coisa problemática. Se eu falar sobre fantasia pra pessoas totalmente por fora do mundo literário elas pensam em fadas; se eu falar sobre isso pra pessoas que acompanham o mundo literário, mas não costumam ler nada sobre isso logo pensam em duas séries mais famosas que eu esqueci o nome, deve ter ficado no meu travesseiro. Só pessoas já acostumadas a lerem fantasia sabem o que realmente é fantasia.
    Gostei bastante do livro, mas não seria capaz de querer ler ele sem ter lido a resenha. Ótima!

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  7. Adoro fantasia também, é um dos gêneros em que mais nos permitimos acreditar em tudo sem achar que a história é absurda demais. Parece ser um bom livro.

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  8. Estou ficando cada vez mais apaixonada por fantasia e depois da sua resenha fica impossível não querer conferir o livro. A história parece original e cheia de detalhes interessantes. Adoro conhecer mundos e mitologias novas. Já na lista! Ótima resenha, me deixou mesmo com vontade. Sabe quando lança o próximo? Beijos!

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  9. Enorme esse livro heim! E pelo visto com uma história fantástica! Estava vendo se achava resenhas dele mas vi muito poucas, essa ficou mais completa. Pelo jeito vale mesmo a pena e bem bom bom *-*

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  10. A respeito do inicio de sua resenha, o que tenho a dizer é que parece que o cenário definitivamente esta mudando,este ano foram lançados ótimos livros de fantasia, como: Elantris, Aprendiz de Assassino e o Poder da espada, e ainda está previsto para agosto/2013, o olho do mundo fora mistburn que está sem data mas também sera publicado, ou seja, pelo menos esse ano de 2013 foi/será um ótimo ano para os amantes de fantasia.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Livros que falam de mitologia são os meus preferidos. Não conhecia esse livro e agora vi que é uma série. O jeito é aguardar o lançamento dos outros para poder ler junto.

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  13. Olá,
    concordo com Juliana Assis, de fato, depois de sua resenha, fica difícil, não conferir esse livro, parabéns pela resenha e blog que é ótimo! :D

    Abraços e boas leituras!!!

    http://amandatrindadepalavrasaovento.blogspot.com.br/

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