06/07/2014

Resenha - PDM


Nome: PDM
No Original: PoD
Autor (a): Stephen Wallenfels
Tradutor (a): Catharina Epprecht
Páginas: 280
Editora: Bertrand Brasil
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Sobreviver a um cerco alienígena é um feito. Sobreviver à humanidade pode ser ainda mais perigoso. PDM apresenta a história de dois adolescentes que lutam para escapar de um ataque alienígena. Alternando a narrativa entre a voz de Megs e a de Josh, o autor revela ao leitor o quanto a humanidade é capaz de lutar pela sobrevivência e como os seres humanos podem acabar se mostrando inimigos ainda mais perigosos do que os invasores desconhecidos. Inicialmente pensado para ser volume único, o livro conquistou tantos admiradores ao redor do planeta que Wallenfels entregou há poucos meses a continuação.

Faz muito tempo que a Bertrand anunciou que lançaria a história de Stephen Wallenfels, e desde então venho aguardando ansiosamente seu lançamento. Adoro distopias e mais ainda ficções-científicas com fundo psicológico, porém nem os longos meses de espera me prepararam para o que eu encontrei na obra do autor americano. PDM é um drama psicológico construído a partir de uma invasão alienígena, ela é apenas o gatilho para história sombria que desenrola sobre até onde o ser humano vai em situações de pressão. Do melhor ao pior da humanidade. Conheçam PDM.

Tudo começa em uma manhã quando Josh é acordado com um som ensurdecedor, um guincho como o de milhares de gritos em sua cabeça. O pai também é acordado, mas seu cachorro, um labrador creme chamado Dutch parece não ouvir porque não late. Sem saber o que é os dois procuram pela casa quando ao chegar na porta tem uma visão de horror. Imensas bolas negras e brilhantes começam a surgir no céu, que param a um quilometro e meio do chão, e do nada flashes de luz azul aqui e ali começam a levar tudo que se move no chão. Carros somem, pessoas em um misto de pavor e surpresa desaparecem. Josh tenta salvar sua vizinha e colega, mas seu pai o impede. O que quer que seja naquelas bolas negras, que Josh apelida de pérolas da morte, PDMs, elas não podem ser coisa boa. Por dias tudo o que se movia do lado de fora era imediatamente levado pelo raio de luz azul. Enquanto Josh enfrenta a situação com o pai dentro de casa em um hotel próximo Megs está sozinha, presa ao carro da mãe. Sua mãe saiu para uma entrevista minutos antes de tudo começar e agora ela está preocupada. Os carros estão sem saqueados por homens que estão no hotel. Sua comida e água estão acabando. Depois de ver dois homens armados matarem um cara e jogá-lo para fora Megs decide que tem de mudar de carro. Em uma camionete que já foi arrombada Megs encontra mais água, uma gatinha e uma arma. Mas ela não vai conseguir se esconder para sempre e os homens que andam armados para cima e para baixo controlam o hotel. Pessoas estão apavoradas lá dentro e Megs fará tudo para sobreviver. Já Josh vê o pai criar listas e esquemas, de racionamento de água e comida, com a TV sem sinal, telefones mudos e até o rádio com pura estática, o mundo está preso em suas casas. Isolados, como pequenos ratos esperando para morrer. Os dias, as semanas passam. À medida que a comida e água diminui as pessoas chegarão ao extremo enquanto as misteriosas bolas negras flutuam, emitindo de uma hora para outra uma luz azul que onde toca deixa transparente, depois um gás e mais. O que elas querem? Elas vão embora? Ou vão esperar todos morrerem de fome em suas prisões?

É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e ao contrário do que todos imaginam a ficção-científica é o segundo plano da história apresentada por Stephen Wallenfels, que a cada capítulo desenvolve um drama psicológico tenso, sombrio e que deixa o leitor sem palavras. A narrativa é cadenciada, intercalando as vozes de Josh e Megs, levando o leitor pelos meandros contrastantes da vida dos dois jovens. Enquanto Josh é o típico adolescente entediado, engraçadinho e reclamão, Megs é uma sobrevivente, que teve uma vida difícil com a mãe, e aos 12 anos se vê no limite, precisando sobreviver sozinha a invasão em um local onde o ser humano mostra seu pior, onde o poder da situação subiu rápido a cabeça daqueles que tomam o controle da situação para si.

Os capítulos são breves e intercalam a progressão dos dias da invasão, o autor nos leva por uma ambientação simples, em decadência à medida que a trama avança. A trama é simples, mas o clima tenso, de medo e falta de opção é sufocante, instiga e cativa o leitor de forma única, nos conduzindo a final que deixa várias perguntas no ar, a ponta perfeita para uma continuação além de perplexos com o comportamento de todo. Aliás, esse é o ponto que o autor mais aprofundou. O modo animalesco que a humanidade age quando se vê restrita dentro de casa e espaços fechados. Por que tem de ser sempre assim? Uns tentando dominar os outros, seja pelo medo ou pela dor. O amadurecimento dos personagens centrais também foi nítido, o que me deixou mais curiosa ainda para o segundo livro. Como Josh e Megs vão viver a partir dali e qual o impacto de tudo sobre eles.

Leitura rápida, que flui de forma instigante, levando o leitor através da evolução da invasão das bolas negras, as pérolas da morte de forma dramática e psicológica. Stephen Wallenfels surpreende o leitor com uma história que ousa ao apontar para o leitor o quanto somos animais, e o quanto temos a perder se apenas um milésimo de nossas rotinas forem abruptamente mudados de lugar. A edição da Bertrand está ótima, desde a capa que traduz bem ao lado sombrio, até a fonte dividida em duas para marcar a narração dupla. Adoraria ver o drama de Josh e Megs adaptado para o cinema, renderia um filme muito tenso. Recomendado a todos que procuram uma história diferente, que constrói a partir de uma invasão uma história intricada sobre comportamento, poder, medos e limites. Até onde você iria para sobreviver a um cerco alienígena? Leiam e se surpreendam! Até mais!

PDM - Stephen Wallenfels
1- PDM
2- Sem Título Ainda

4 comentários:

  1. Ei Yasmin,
    Conheci esse livro num post de caixa de correio... Fiquei super curioso. Há tempos espero a onda de ETs, mas só vieram os vampiros, anjos caídos, bruxas, fadas, até os hots vieram, em fim... os ETs ainda são escassos. Apesar de PDM não focar tanto neles, quero ler de qualquer forma.
    A parte de mostrar mais as atitudes humanas depois da invasão, me lembrou Sob a Redoma, que apesar de sem o tchum do livro destacou mais o desespero do povo, o quanto mexeu com lado psicologico das pessoas, o lado humano e em alguns casos, desumano.
    Quero ler!!!!

    Abs...

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  2. OOOOOOOOOOOI, YAAAA! Tuuuudo bom? Espero que sim, hahaha! Eeei, eu amoooooo ficçãooooo! E ainda envolve alíens? Genteeee, esse livro fora feito pra mim, hahaha! Achei interessante o nome do autor, hahaha! O Steven Spielberg faz filmes de ficção, né? E este escrevera um livro de ficção e ainda se cha Stephen(sei que não trm nada a ver mas os nomes são parecidos, hahaha!) Oookay, vamos focar na sua resenha... Achei a história meeeega interessante e o começo, quando essas bolhas negras começam a aparecer, é beeeeem instigante! Estou querendo ir a fundo nessa história, hahaha! Adooooooorei sua resenha, Ya! Adicionei o livro em minha lista, hahaha! <3

    Um grande e enoooorme beijo,

    Juu-Chan || Nescau com Nutella

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  3. Gostei de conhecer e gostei muito da resenha, adoro livros que parecem uma coisa e são outra, hoje em dia os autores são tão óbvios e clichês que é difícil achar livro assim, não sou chegada a ficção científica, mas adorei o que disse de drama psicológico, humano e tal.

    Beijos! Camis

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  4. Sci-fi que não é sci-fi? Interessante, vi muita gente falando bem do livro no GR e pela sua resenha o livro é totalmente diferente do que esperava, achei que era a típica invasão alien com jovem adulto, mas parece mais denso e curioso, agora quero muito ler! Adorei a resenha! Abs!

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