25/05/2014

Resenha - A Espada de Shannara


Nome: A Espada de Shannara
No Original: The Sword of Shannara
Autor (a): Terry Brooks
Tradutor (a): Ana Cristina Rodrigues
Páginas: 544
Editora: Saída de Emergência Brasil
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Há muito tempo atrás, as guerras de um anciente Mal arruinou o mundo e a humanidade foi forçada a competir com muitas outras raças - gnomos, trolls, anões e elfos. No pacífico vale de Shay o meio-elfo Shea Ohmsford sabe pouco de tais problemas, isso até o gigante proibido com poderes druidas estranhos, Allanon, lhe revelar que o supostamente morto Lorde Warlock está tramando para destruir o mundo em pequenas parcelas. A única arma capaz contra seu poder da escuridão é a Espada de Shannara, que pode ser usada apenas pelo verdadeiro herdeiro de Shannara. E Shea é o último dessa linhagem e nele repousa a esperança de todas as raças. Logo o Portador da Caveira, um pavoroso favorito do Mal, se dirige para o Vale para matar Shea. Para salvar o Vale da destruição, Shea foge, levando em seu encalço o Portador da Caveira.

Não preciso repetir que estava ansiosa por esse livro. Conheci Shannara anos atrás, foi um dos primeiros mundos da fantasia que conheci, mas não inteiramente já que não havia lido nenhum livro do mundo de Shannara. Foi em uma época que estava quase melancólica em busca de algo semelhante a Tolkien. Composto por diversas trilogias o mundo de Shannara teve origem com a trilogia que a Saída de Emergência Brasil lançou recentemente. O começo tímido e ao mesmo tempo audacioso do que viria a ser um dos maiores e mais complexos e originais mundo do gênero fantástico.

Flick Omsford estava voltando de mais um dia de trabalho quando foi abordado pela estranha e assustadora figura de negro no meio da floresta. O estranho queria ir para o vilarejo e sem opção Flick o guiou, mas com a impressão de que ele já conhecia o caminho. Quando um gigantesco vulto se assoma no céu o estranho o joga nos arbustos escondendo-os da visão da terrível criatura. O mais esquisito porém, é que chegando a hospedaria de seu pai, o estranho, que se apresenta como Allanon, um historiador que há muito viaja por toda a terra pesquisando o passado, diz ter vindo atrás de Shea. Apenas no dia seguinte ele esclarece sua vinda. Shea, o filho de uma humana e um elfo, é o último descendente da casa de Shannara e único herdeiro sobrevivente de um dos maiores reis que os elfos já tiveram, Jerle Shannara. Shea sempre soube que era adotado, e sempre teve dúvidas e curiosidade acerca de sua origem. Mesmo com a vantagem de ter o melhor das duas raças Shea se sente estranho com a notícia do estranho Allanon chega com terríveis e quase inacreditáveis notícias para Shea que fora criado em um vilarejo humano isolado, e sempre acreditou na História que aprendeu sobre as raças e suas guerras destrutivas. Segundo Allanon o Lorde Feiticeiro que manipulou a todos nas Guerras das Raças mais recentes está de volta, matando todos os descendentes de Jerle para evitar que a espada possa ser usada contra ele. A Espada de Shannara fora forjada com o poder e intuito de desarmar os poderes que o Feiticeiro tem sobre o reino dos espíritos e é a única esperança que Allanon tem de deter a guerra que vem sendo fomentada as escondidas.

Partindo com Flick, seu irmão, e Menion, do príncipe herdeiro do reino de Leah e grande amigo de Shea, os três irão rumo a Anar, fugindo dos caçadores enviados para matar Shea, e de lá com as novas informações coletadas por Allanon, os três, acompanhados de dois elfos, um anão, Balinor, herdeiro de Callahorn e Allanon partem rumo a Paranor, o lugar de descanso da espada de Shannara. Enfrentando perigos e correndo contra o tempo Shea terá de descobrir dentro de si a força para a tarefa que lhe aguarda.

É a partir dessa premissa que a história se desenvolve e muitos poderão dizer que é uma premissa bastante semelhante com a de O Senhor dos Anéis, mas aconselho-os a não julgar precipitadamente a obra de Terry Brooks. O mundo de Shannara, que está apenas começando a ser desvendado nessa história guarda surpresas incríveis para os desconfiados. Com uma origem única e bastante criativa para o mundo e para as raças, elementos e nuances próprias, que a cada capítulo fazem mais sentido e surpreendem o leitor desconfiado. Sem falar que eu não sei quem disse que ser semelhante a Tolkien é uma coisa ruim. Eu achei estranha no começo, mas pouco a pouco foi um alento para um coração que há muito sente saudade da Terra-Média, ao mesmo tempo que essas semelhanças nada mais são que provas do amor do próprio Brooks por Tolkien.

A narrativa é em terceira pessoa com toques de pensamento ora de um personagem ora de outro em momentos oportunos, sendo bastante fluída e ritmada a narrativa cativa o leitor desde os primeiros capítulos com naturalidade, instigando-nos tanto pela curiosidade quanto pelo fascínio diante do universo criado pelo autor. A ambientação é fabulosa, à medida que a trama evoluí conhecemos detalhes imprevisíveis do mundo de Shannara, que faz o leitor ficar embasbacado diante da origem desse mundo. Com passagens vívidas e lugares que vão do sombrio ao belo o autor mergulha o leitor no cenário, nos tornando espectadores da ação.

É incrível conhecer nesse primeiro momento Shannara e é inegável que a cada capítulo a curiosidade e a surpresa aumentam, curiosidade urgente de conhecer as demais trilogias e o que mais esse mundo guarda de novidades. Se Terry Brooks começa com alguma semelhanças ao universo, ao molde de Tolkien é apenas isso porque ao fim notamos o quanto o mundo cresceu dentro do próprio autor, com suas próprias criações e possibilidades. Não é por nada que após essa trilogia Brooks lançou tantas outras, que abrange desde o estouro que mudou o mundo como conhecemos até essa trilogias e depois dela, o futuro do mundo.

Os personagens são outro ponto que evolui muito desde o começo. É possível ver a história e os personagens se assentando, e o autor ganhando confiança na história. Shea é um personagem que ilustra esse crescimento, assim como ele cresce a história cresce. O melhor personagem da história em minha opinião é Menion. O príncipe de Leah foi uma surpresa atrás da outra até o fim. Desde sua tenacidade a sua teimosia, e sua amizade que se mostra mais forte do que supomos no final. O rumo que a história tomou também me surpreendeu e o fim foi diferente do esperava. Uma história fechada, que teve começo, meio e fim. Um final com ação, tensão, cenas bem construídas, uma conclusão a altura.

Leitura agradável, que flui em um ritmo tão natural que o passar da trama não é sentido, uma leitura rápida. Terry Brooks se mostra um ótimo escritor desde o começo, que não teve medo de ousar e nem das comparações. Um começo ótimo para o que viria a ser o grande mundo de Shannara, interligado por grandes histórias. A trilogia possui histórias fechadas, mas nesse primeiro livro um elemento do livro dois aparece já deixando o leitor curioso pelo próximo. A edição da Saída de Emergência está ótima, fonte muito agradável, diagramação padrão e capa bem casada com a história. Se adaptado renderia um ótimo filme. Recomendado a todos, desde os apaixonados pela fantasia épica e alta clássica quanto aos que ainda não se arriscaram no gênero. Um mundo que se mostra forte, com personagens cativantes e uma trama que surpreende. Leiam! Até mais!

Trilogia Shannara - Terry Brooks
1- A Espada de Shannara
2- As Pedras Élficas de Shannara
3- The Wishsong of Shannara

6 comentários:

  1. Eu nunca li nada do Terry Brooks, mas pela resenha posso entender que encontrei um incrível mundo de fantasia. Eu particularmente adoro livros assim e se é de leitura rápida como vc disse é melhor ainda!

    Beijocas, Michele

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  2. Tanto a história como a descrição dos personagens me chamou atenção. Como admiradora do mundo criado de Tolkien, quero dar oportunidade a outros livros do gênero e esse é um forte candidato a isso.

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  3. Logo quando vi a capa sabia que ia querer ler. A história me lembrou um pouco O Senhor dos Anéis, e já que me aventurei nesse gênero e amei, vou ingressar de novo, e o livro é gigante!
    O cenário do livro parece ser muito bom, ótimo pro livro e as aventuras. E vou ler logo, já que os livros da série são meio independentes.
    Amei a resenha! Abrçs!!!

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  4. Virei fã de fantasia nos últimos meses e estou amando conhecer tantos livros bons, tinha ouvido muita gente falando que esse do Terry Brooks era uma cópia de O Senhor dos Anéis, e estava na dúvida, mas uau, pela resenha fica impossível não ficar curiosa, você abordou bem o negócio da semelhança que andam criticando, gostei da história e de tudo que disse. Abs!

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  5. Esse livro é longo como toda boa fantasia deve ser.

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  6. Desde que a Saída de Emergência chegou no Brasil que to lendo cada vez mais fantasia, já li Mago e adorei, agora quero ler Shannara, lendo sua resenha fiquei mais interessada ainda, elfos, anões, perfeito, fiquei curiosa para conhecer mais o mundo ainda mais agora que sei que são várias trilogias no mesmo universo. Adorei a resenha! Beijo para ti!

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