30/10/2013

Resenha - O Grande Gatsby


Nome: O Grande Gatsby
No Original: The Great Gatsby
Autor (a): F. Scott Fitzgerald
Tradutor (a): Vanessa Barbara
Páginas: 256
Editora: Penguin Companhia
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Considerado um dos livros mais importantes do século XX, o grande Gatsby é um consagrado sucesso de público e crítica. Em quase cem anos de sua publicação, teve adaptações para cinema, teatro e ópera e arrebatou milhares de fãs, entre eles, J. D. Salinger. Nos tempos de Jay Gatsby, o jazz é a música do momento, a riqueza parece estar em toda parte, o gim é a bebida nacional (apesar da lei seca) e o sexo se torna uma obsessão americana. O protagonista deste romance é um generoso e misterioso anfitrião que abre a sua luxuosa mansão às festas mais extravagantes. O livro é narrado pelo aristocrata falido Nick Carraway, que vai para Nova York trabalhar como corretor de títulos. Passa a conviver com a prima, Daisy, por quem Gatsby é apaixonado, o marido dela, Tom Buchanan, e a golfista Jordan Baker, todos integrantes da aristocracia tradicional. Na raiz do drama, como nos outros livros de Fitzgerald, está o dinheiro. Mas o romantismo obsessivo de Gatsby com relação a Daisy se contrapõe ao materialismo do sonho americano, traduzido exclusivamente em riqueza. Aclamado pelos críticos desde a publicação, em 1925, O Grande Gatsby é a obra-prima de Scott Fitzgerald, ícone da geração perdida e dos expatriados que foram para a Europa nos anos 1920.

Quando solicitei o livro a Companhia das Letras só conhecia o básico sobre o livro e não havia lido sinopses completas da obra, por isso foi com surpresa que percebi que acima de um retrato da era do jazz e uma crítica velada ao sonho americana o livro era a história de um desencontro de amor. Fazem meses que li, mas não entrava em acordo com o que havia escrito, por isso acabei deixando e hoje me senti confortável com as mudanças que fiz na resenha. Conheçam Gatsby e sua espalhafatosa tentativa de ser feliz no amor.

A história começa nos apresentando Nick Carraway, que acaba de se mudar para Nova York para trabalhar. Nick vive em uma modesta casa ao lado da extravagante mansão de Gatsby e sempre ficou espantado pelas constantes festas que o vizinho dava. Um mar de pessoas desconhecidas e ilustres frequentava os gramados de Gatsby sempre com um cochicho pronto para debater a origem do enigmático anfitrião. De onde vinha seu dinheiro e o que ele fazia da vida, Nick já tinha ouvido as mais variadas especulações e acreditava que debaixo daquilo tudo havia um homem incomum cuja personalidade não casava com a vida que levada. O contato de Nick com Gatsby começa após ele visitar a prima Daisy, que acaba de se mudar com o marido para a mesma região. Após o primeiro convite para uma das festas Nick fica intrigado com as intenções de Gatsby, que logo se revelam. Ele sempre foi apaixonado por Daisy e fará de tudo para tê-la de volta. Nick então começa a conhecer o passado do milionário e este revela pouco a pouco uma obstinação desmedida em ter o amor de Daisy. Nick assiste o drama se desenrolar e as consequências das ações extravagantes de Gatsby, assim como a dos outros envolvidos.

A premissa básica, por trás de todo o retrato da sociedade e dos comentários mordazes do autor, é o amor antigo de Gatsby por Daisy. Há muito vívido e por causa das circunstâncias, impossível. Tanto que é possível notar a interseção do romance com a crítica na narrativa de Fitzgerald. A ambientação é um dos pontos altos da história, marcando a trama de forma vívida e casando com os comentários de Nick. O ritmo é bastante cadenciado e através do olhar diligente de Nick mergulhamos nos dramas e nos sonhos exclusivos da aristocracia. Uma análise que ao mesmo tempo idolatra e condena o estilo de vida, desde o materialismo a suas consequências, dos ricos e poderosos.

Nick é uma personagem que de forma contraditória ao mesmo tempo ameno e aguçado, primeiro nas análises em primeira mão da vida de Gatsby e segundo em sua própria tentativa de relação com a tenista Jordan. Casando o fim da história com sua crítica ao materialismo e a decadência moral dos personagens o autor deixa marcado que nem todo o dinheiro e luxo foi capaz de resgatar uma história de amor, e que talvez Gatsby teria tido mais sucesso em seu objetivo se não tivesse insistido tanto nesse mundo de dinheiro, aparências e falsidades.

A leitura é agradável, e se desenrola com facilidade. Gatsby hoje é um grande clássico, estudado no mundo inteiro e mesmo que na época de seu lançamento não tenha sido um grande sucesso a história ganhou lugar entre as mais marcantes obras da literatura americana. Fitzgerald possuía uma capacidade única de destrinchar os meandros da vida dos ricos e glamorosos da década de 20. A edição da Penguin está ótima, com um ótimo prefácio e uma diagramação agradável. Recomendado a todos que procuram um romance diferente, um retrato vívido da decadência do sonho americano. Leiam! Até mais!

11 comentários:

  1. Apesar do livro parecer muito bom, por minha lista de leitura estar enorme, não seria um livro que teria prioridade.

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  2. Oi!
    Eu tinha ouvido falar do filme e não me interessei, e mesmo com sua resenha eu não senti vontade de ler. Quem sabe mais para frente eu possa dar oportunidade para ele.

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  3. Eu comprei o livro semana passada, uma edição bilíngue em capa dura com a imagem do filme com o Leo...

    Comprei porque assisti ao filme e fiquei com aquela sensação de 'preciso ler o livro pra saber mais dessas personagens...'e espero que o livro me traga essa proximidade com eles.

    andei dando umas espiadas e achei algumas cenas do filme fiéis ao livro...
    Grande filme...mas tenho esperanças que o livro seja ainda maior.

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  4. Eu ainda não li o livro mas já assisti ao filme de 1974 com Robert Redford e Mia Farrow. Já a última versão com Leonardo DiCaprio eu ainda não vi, mas gostaria de assistir. Pretendo ler o livro.

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  5. É um livro bem clássico, digamos.
    Gosto de leituras assim, mas em momentos apropriados, que eu consiga dedicar minha total concentração. No momento eu não o leria, mas com certeza é uma obra que está na minha lista, e também ainda não vi o filme. Espero ver em breve.

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  6. Oi, Yas. Há algum tempo assisti ao início do filme, mas acabei desistindo. Tenho interesse e curiosidade em prosseguir tanto em relação a adaptação, quanto a história encontrada no livro. No momento não é uma leitura tão urgente, mas sem dúvidas, pretendo lê-lo algum dia. Beijocas.

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  7. Quero muito ler o filme mesmo depois de não ter gostado muito do novo filme, parece uma história incrível e fiquei bastante curiosa com tudo o que falou, desde a crítica social ao romance. Clássicos são importantes, mesmo os que continuam tendo seu valor discutido. Não se pode negar que Fitzgerald foi um grande autor. Gostei da resenha, bjo!

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  8. Não ouvi falar nem do livro nem do filme e tals, mas parece ser uma historia interessante, diferente, um clássico, uma leitura que muitos não estão habituados, e deve ser bem interessante sendo narrado por um personagem sobre a vida de outros personagens importantes para a historia. parabéns pela bela resenha. Bjs.

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  9. Adorei a resenha, tinha ouvida falar do livro , fiquei com vontade de ler mas desisti, daí começou a ser lançada novas edições, e acho que vou dar uma chance para ele!

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  10. Vi o filme, mas não li o livro e pela resenha me arrependi de ter visto antes. A história do livro parece mais interessante, com outro ponto de vista não sei, quero ler, mas uma edição com capa sóbria, saiu tantas nos últimos meses e essa da Penguin é uma das melhores capas. Gostei da resenha, de clássico queria ver por aqui Grandes Esperanças para poder ler e depois ver a minissérie da BBC. Beijos!

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  11. De todos os clássicos esse é um dos que não tinha ideia se queria conhecer e acabei lendo um tempo atrás para um trabalho e adorei. Romance bem diferente do que esperava e o cenário é ótimo. Já vi o filme e achei o tom diferente, ainda prefiro o livro acho. Pena que não é essa edição, a capa dela é linda. Bjo!

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