08/07/2013

Resenha - O Fim de Todos Nós


Nome: O Fim de Todos Nós
No Original: The Way We Fall
Autor (a): Megan Crewe
Tradutor (a): Rita Sussekind
Páginas: 272
Editora: Intrínseca
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Tudo tem início com uma coceira insistente. Então vêm a febre e o comichão na garganta. Dias depois, você está contando seus segredos mais constrangedores por aí e conversando intimamente com qualquer desconhecido. Mais um pouco e começam as alucinações paranoicas. Então você morre. A ilha onde mora Kaelyn, uma garota de 16 anos, foi sitiada e ninguém pode entrar nem sair: um vírus letal e não identificado se espalha entre os habitantes. Jovens, velhos, crianças — ninguém está a salvo, e a lista de óbitos não para de aumentar. Entre os sintomas da doença misteriosa está a perda das inibições sociais. Os infectados agem sem pudor, falam o que vem à mente e não hesitam em contaminar outras pessoas. A quarentena imposta pelo governo dificulta as pesquisas que trariam a cura, suprimentos e remédios não chegam em quantidade suficiente e quem ainda não foi infectado precisa lutar por água, energia e alimento. Nem todos, porém, assistem impassíveis ao colapso da ilha. Kaelyn é uma dessas pessoas. Enquanto o vírus leva seus amigos e familiares, ela insiste em acreditar que haverá uma salvação. Afinal, o que será dela e de todos se não houver?

Quando soube que a Intrínseca lançaria a trilogia da autora Megan Crewe fiquei bastante animada afinal estava atrás de um pós-apocalíptico que fugisse da fórmula comum da distopia. De uns tempos para cá perceber a linha que divide um e outro é fundamental para aproveitar um livro do gênero sem ter as expectativas erradas. Megan nos traz o olho do furacão que transformará para sempre o mundo como todos conhecemos. A catástrofe narrada pela voz de quem está sofrendo a onda dos acontecimentos.

Era mais uma semana comum na vida de Kaelyn e ela estava decidida ser uma nova pessoa. Mais simpática, mais fora do próprio mundo que criou ao redor de si. Desde que brigou com Leo, seu mais antigo amigo as coisas estavam estranhas e Kae queria começar de novo. Após a aula acaba indo para casa de Rachel para fazer um trabalho, mas chegando lá o pai de Rachel transforma a situação em algo constrangedor. Kae já tinha ouvido falar que ele estava doente, mas ele passou dos limites nos comentários. No outro dia fica surpresa ao ver a escola comentando que ele teve um surto psicótico durante a noite e estava internado. Rachel não apareceu e ao chegar em casa Kaelyn estranha o interrogatório do pai sobre o que aconteceu aquele dia na casa de Rachel. Pouco a pouco o boato cresce e o número de pessoas internadas aumenta. Coceira, tosse, desinibição social, alucinações, surtos e morte. Um vírus misterioso surgido do nada que lança a pequena ilha no caos. Cercada pelos militares, com a população assustada tudo não poderia estar pior quando o medo da doença começa a levar as pessoas aos extremos. Violência, pânico e uma pilha de corpos que não para de crescer. Kaelyn precisa sobreviver, o problema será encontrar um meio para isso.

A premissa básica é essa e o que mais conquista o leitor é a narração em primeira pessoa feita através de um caderno onde a protagonista deixa registrada sua vida desde que o vírus começou a agir. Muitos podem não gostar do formato, mas para aqueles que conseguirem entender as razões da autora escolher esse tipo de relato a história será maravilhosa. O despedaçar da estabilidade e da segurança do cotidiano que todos nós conhecemos bem apresentados através dos relatos das experiências de Kaelyn. A decadência, o medo de adoecer, de perder a família aliado ao medo da violência, o isolamento do mundo e a falta de futuro. Com descrições ora vívidas ora marcadas pela tristeza a autora construiu um ambiente pós-apocalíptico crível que traz à baila um tema real e assustador.

A autora fez uma ótima pesquisa para construir seu vírus e gostei da forma como ela desenvolveu o decaimento da ilha. A plausibilidade da trama é algo que nos faz pensar. Estamos sujeitos todos os dias a diversos vírus e bactérias, mas somos estúpidos o suficiente de pensar que estamos seguros. Nunca se sabe qual a próxima mutação que poderá lançar esse mundo num caos semelhante e/ou até pior do que o vívido na história apresentada por Megan Crewe. Kaelyn é uma protagonista forte que cresce com a história ao mesmo tempo que é bastante diferente das protagonistas de livros semelhantes. Sua preocupação com a prima e com o irmão é algo que a torna diferente e com a evolução do vírus assistimos a um amadurecimento forçado pelas circunstâncias. Ela se prova inteligente e lutadora, mas de uma maneira realista.

Leitura rápida, que instiga e prende o leitor. O final me surpreendeu ao mesmo tempo que deixa uma promessa terrível no ar. Afinal o vírus está contido ou não? A possibilidade de ver um mundo inteiro devastado pela doença é arrepiante e mexe com os sentimentos básicos. O velho "e se", afinal doenças são reais e podem ser incontroláveis mesmo com toda a modernidade. Megan Crewe merece todo o mérito por criar um pós-apocalíptico nessa linha. A edição da Intrínseca está ótima, desde a diagramação até a capa mantida. Adoraria ver a história no cinema, não só pelo cenário como pela trama. Recomendado a todos que querem algo diferente, não é distopia, é o olho do furacão. Sobrevivência, perda, caos, amizade, lealdade, certo e errado. Leiam! Até mais!

Fallen World - Megan Crewe
2- The Live We Lost
3- The Worlds We Make

10 comentários:

  1. Oie :)

    Nossa eu estou doido para ler esse livro, ele está sendo super falado na blogosfera literária e eu tenho certeza de que irei gostar, como sempre bela resenha :)

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/ ( comenta lá :D )

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  2. Vi quando divulgou o lançamento do livro e já que o comentário de alguns pessoas. A maioria achou o livro só bom e até que enfim encontrei uma resenha que fala de modo claro o que o livro é. Um pós-apocalíptico é total diferente de uma distopia. Agora já sei o que esperar e pelo que falou vou adorar. Gosto das capas da trilogia também. Ótima resenha! Bjo!

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  3. Oi! Adorei sua resenha e o modo que chama atenção para a realidade da trama. Confesso que prefiro mais livros que tendem para o pós-apocalíptico do que para distopia agora que você separou os dois em duas categorias. Kaelyn parece uma ótima protagonista e adoro histórias contadas em formatos diferentes. Já na lista de desejados. Abraços!

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  4. Acabei de ler O Fim de Todos Nós. Gostei bastante do livro. Achei que seria mais distópico, mas realmente nos remete a um clima caótico. No começo do livro senti bastante raiva da Kaelyn, achei ela lerda e achei principalmente que o pai dela suprerprotegia muito ela e deixava ela meio "boboca". Com o desenrolar da história percebi cada vez mais isto. Ele realmente superprotegia ela e ela deixou de ser boboca e adquiriu uma personalidade bem interessante. Esperando intensamente por The Live We Lost. O que aconteceu com o resto do mundo, como vai se desenrolar a trama Kaelyn, Leo, Tessa e Gavin.

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  5. Não estava muito inclinada a ler não porque queria dar um tempo de trilogias, mas sua resenha me deixou curiosa. Vai para a lista de desejados. Não diferencio muito distopia e pós-apocalíptico, mas achei bem colocado a forma que falou. Gostei mesmo foi do que falou da "realidade" da história. Nada mais irritante que livros absurdos. *=*

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  6. Olá,nossa o livro me parece maravilhoso,realmente nos iludimos quando achamos que estamos seguros na nossa casa,existe tantas coisas que nem conhecemos,que nao sabemos que existe,é acho que esse é um ótimo livro para começarmos a nos preocupar um pouco mas com nossas vidas!!bjos'

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  7. Estou fugindo um pouco de series mas sua resenha me fez querer ler esse livro pra ontem estou bem na face de livros assim cheio de mistérios e acontecimentos em cada página e a cada dia descobrindo uma coisa, a autora foi maravilhosa escrevendo assim em forma de diário.
    Super curiosa, esses dias vi o livro na Saraiva e a capa é bem bonita.

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  8. Adoreeei! Fins do Mundo são um dos temas aos quais mais gosto de ler! Principalmente estes onde o mundo não se acaba "totalmente" por assim dizer! Parece muito bom mesmo, não achei que seria uma trilogia, mas não importa, vão todos pra minha minha lista! ausuahsuahsuahs!

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  9. Achei a sinopse super original: fim apocalíptico e vírus que desinibem as pessoas. Acho que dá uma história distópica bem interessante!
    A capa é bem bonita e já coloquei o livro na minha lista de desejados!

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  10. Não sei se vou ler o livro. Gostei da resenha mas não me empolguei com a leitura. Talvez eu ainda resolva ler. Vamos ver.

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