02/01/2013

Resenha - Todas As Coisas Que Eu Já Fiz


Nome: Todas As Coisas Que Eu Já Fiz
No Original: All These Things I've Done
Autor (a): Gabrielle Zevin
Tradutor (a): Maria Clara Mattos
Páginas: 384
Editora: Rocco
Comprar: Submarino - Siciliano - Saraiva - Cultura
Sinopse: Nova York não é um lugar bacana no ano de 2083. Chocolate e café são ilegais, a água é cara e os banhos não podem ultrapassar 90 segundos, a comida é racionada, ninguém tem permissão para ter celulares, e-mails são pagos e todos os menores de 18 anos têm de obedecer a um rígido toque de recolher.  Em uma cidade falida, onde as leis mudam com tanta rapidez que é difícil saber quando se comete uma infração, Anya Balanchine tenta apenas levar uma vida normal, ou tão normal quanto possa ter num ambiente altamente controlado. Anya é filha de Leonyd Balanchine, um dos grandes chefões do crime organizado, cabeça da Balanchine Chocolate, responsável pela distribuição ilegal de chocolate e outras operações pouco nobres no mercado negro. Leonyd morreu anos atrás, mas até hoje sua influência é sentida pela jovem. A vida de Anya não é fácil. Entre as obrigações em casa e as tarefas da escola, Anya não tem muito tempo para se meter em encrencas. Mas tudo muda quando ela é acusada de envenenar com uma barra de chocolate seu ex-namorado, Gable Arsley. Forçada a defender seus interesses e a tomar atitudes que vão contra o que acredita, cabe à Anya proteger seus irmãos e impedir que seus parentes acabem destruindo uns aos outros.

Quando a Rocco lançou não conhecia o livro e não fazia ideia que Zevin estava trabalhando em uma trilogia distópica. Porém foi com grata surpresa que descobri uma sinopse bastante interessante. 384 Páginas depois posso dizer que a história criada por Gabrielle Zevin tem algo extremamente possível e assustador. O que a vontade de manter o controle a qualquer custo pode levar os governantes a fazer diante de uma crise.

O mundo em 2083 mudou drasticamente devido a crises de combustível, água e diversas outras crises naturais que assolaram e ainda assolam o mundo. Os governantes de muitos países desesperados e despreparados tomaram medidas drásticas e muitos deles caíram dando lugar a homens sedentos por controle. Algumas das proibições eram desnecessárias e absurdas. Nem todos os países tomaram. Nova York não é mais a mesma, perigosa e desoladora. Anya é filha do ex chefão da Balanchine Chocolate, morto quando ela ainda era nova. Sua mãe também foi assassinada. A avó que cuidava deles está morrendo, entrevada na cama, portanto a tarefa de cuidar do irmão mais velho com problemas e da irmã recai sobre ela. A vida de Anya muda drasticamente quando ao mesmo tempo conhece Win, filho do novo promotor da cidade, seu irmão Leo por má influência do bastardo do chefão decidira ir trabalhar como faz tudo no clube dos Balanchine e seu ex-namorado é envenenado por um chocolate dado por ela mesma.

É a partir dessa premissa que a trama se desenvolve. Anya sabe que Jack, o bastardo que influenciou seu irmão está por trás dos chocolates envenenados. Foi ele que lhe entregou a caixa como presente. Para piorar ainda tem que lidar com o pai de Win, o novo promotor não quer nem pensar no filho namorando uma Balanchine. Traição, segredos e mentiras, em uma sequência inesperada de acontecimentos. A narrativa em primeira pessoa deu ao livro um ritmo próprio muito agradável e intimista. Acompanhar uma personagem como Anya é sempre um prazer. Ela teve uma vida tão dura, mas ainda é uma garota. Anya tenta viver sempre de acordo com as frases que ouvia do pai. E os comentários que às vezes soltava por fora da história eram ótimos.

Gabrielle Zevin conseguiu apresentar uma distopia muito diferente de todas as outras que já li. É a história de uma garota, mas uma história triste. O cenário é o catalisador da história. O absurdo que virou o mundo. A ambientação ficou no ponto certo, boas descrições e um assustador alarme que dispara quando penso que nos dias atuais não estamos longe de viver crises mundiais diferentes das que levou o mundo no livro a aquele ponto. Crise de combustível? Crise de água? Crise climática? Grandes cidades com a população a beira do colapso, grandes governos sem rumo e homens com ideias duvidosas ascendendo ao poder? Vai dizer que você não consegue com um pouco de pessimismo misturado a realismo imaginar um cenário desses? Não gosto de imaginar no que aconteceria se tantas crises se abatessem sobre o mundo.

Os personagens lidam cada um ao seu modo com o mundo, Anya mesmo sendo jovem percebe um pouco da disparidade de algumas situações. Dentre os secundários achei muito interessantes os advogados de Anya. O velho Dr. Kipling, que cuida de Anya e seus irmãos desde que o pai morreu, e Simon Green seu novo ajudante. Win ainda é um mistério, quem ele realmente é por trás de tudo que mostrou. Espero ansiosa para saber o que vem depois daquele final desolador...

Leitura rápida, agradável, que prende o leitor pelos personagens e pela trama. Para aqueles que não gostam de distopias por apresentarem mundos extremamente diferentes esse é ideal. Gabrielle Zevin faz um exercício de dedução e trás um futuro para o mundo que conhecemos. Países e todo o resto. A edição da Rocco está ótima. A fonte é muito boa e a capa mantida. Só estou preocupada porque a capa do 2º livro saiu muito diferente lá fora. Espero que até sair aqui façam a capa dele no mesmo padrão deste. Assim como fizeram lá fora casando o 1º com o estilo novo da 2ª. Recomendado a todos. A escrita de Zevin é sempre um prazer de ler. Sensível, objetiva, sempre com protagonistas muito reais e tocantes. Leiam se surpreendam com o universo rico e se apaixonem por Anya! Até mais!

Trilogia Birthright - Gabrielle Zevin
2- Because It Is My Blood
3- Sem Título Ainda

23 comentários:

  1. Duas para duas! Essa era outra resenha que queria desde que vi ele nas listas do balanço do ano. Pelo que disse é bem diferente do que imaginei. Sei que estava imaginando mais um protagonista batendo de frente com o governo, mas me ferrei com meu pré-conceito. Parece ótimo e sensível. Adoro protagonistas que me emocionam e adorei sua resenha!
    Nem me fale em crises de água e proibição de cafeína e chocolate! Morreria, :D. Beijos!

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  2. Ah! Já vi várias vezes o livro por alguns blogs e posso dizer que estou bem ansiosa para ler! Adoro esse estilo. Ele m lembra segunda guerra mundial, não que realmente seja parecido. Mas imagino tudo muito parecido. O Céu é sempre cinzento - de forma meio poluída - e todos andam como se fossem máquinas aterrorizadas, e tudo é muito controlado. Felizes o que vivem fora disso tudo.

    É masi um livro que quero ler!

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  3. Bem diferente as distopias heroína contra o mundo. Quase comprei ele e o outro da autora esse fim de ano, mas estava muito suspeito esse negócio de chocolate. É com certeza estranho. Gostei do ponto de vista que você deixa sobre a protagonista e sobre as proibições na resenha. Adicionei na lista de ler quando lançar o dois:) Ótima resenha!

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  4. Adoro distopias, então sou suspeita pra falar, mas acho que vou amar.
    E não vivo sem chocolate...kkkk

    Thais Vianna
    @dathais

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  5. Gostei da resenha e quero ler mais distopias diferentes. A capa é mesmo linda e espero comprar logo. Abraços! =)

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  6. Eu amei esse livro logo de cara, mas vi tantas críticas negativas que fiquei triste e acabei desistindo da ideia de comprá-lo, mas pelo que tu falou, parece muito legal :D

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  7. Eu ainda não conhecia esse livro, nunca tinha visto uma resenha sobre ele. Adorei mesmo a sua opinião, adoro personagens que conseguem me prender *-*
    beijos

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  8. Ameeeei! Não conhecia esse livro, mas me apaixonei achei a capa fofa e a sinopse me conquistou de verdade, ótima resenha, ansiosa para ler :)

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  9. Eu amo distopias também. Ainda mais quando a trama é diferente e não o protagonista contra o estado de forma de rebeldes e essas coisas.
    Eu gosto desse negócio de misturar máfia, com um futuro falido e tudo. Ótima resenha, querendo comprar logo.

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  10. Estou em busca de distopias que me conquiste igual JV e Divergente. Não sabia que ele era distopia, achei que era romance. Achei bem diferente por tudo o que disse na resenha e fiquei curiosa para ler. Quando lançar o 2 vou ver se compro, gostei de tudo o que disse e isso é ótimo. *=*

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  11. Eu leio distopias e dependendo, gosto ou não. Mas já vi que vou gostar desse livro. Chamou-me muito a atenção e pretendo ler tão logo seja possível.

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  12. Distopias me agradam demais. Amo obras futurísticas. Ao meu ver é muito mais desafiador pra um autor criar toda uma realidade e seus detalhes. Valorizo muito. Sem mencionar que a premissa dessa obra me chamou muito a atenção, depois de Hunger Games sempre me atentarei a Rocco.

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  13. Uau! Esse livro parece ser surpreendente e bem diferente. Tenho certeza que traz reflexões para mudarmos nosso comportamento diante do mundo nos dias atuais.

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  14. Não esperava que o livro fosse ser tão fascinante. Esperava algo mais fraco pela capa, mas agora estou realmente interessada.

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  15. Não conhecia esse livro mas li uma resenha sobre ele e apaixonei. Quero muito ler a série, ela é muito boa. A personagem é forte e sabe lidar com as coisas.

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  16. Esse livro está nos meus desejados desde quando soube do lançamento (ano passado) e cada vez que vejo resenhas positivas acerca do livro, fico mais e mais curiosa para lê-lo!
    Eu gosto dessa capa até mais do que da do 2º livro (que de início nem me liguei que era dessa série tamanha a mudança). Adoro distopias, ainda mais dessas que nos fazem refletir a possibilidade real de acontecer!

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  17. Quando li a sinopse do livro esperei uma distopia cheia de ação e revoluções e me surpreendi ao saber que se trata de uma história tocante com uma protagonista maravilhosa e uma Nova York futurista controlada pela mafia. A história parece ser diferente e surpreendente.
    Ótima resenha
    Bjus

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  18. Eu adoro distopias, e tento ler o máximo possível. Gosto dessa em que a trama me parece mais real e possível. As personagens também me parecem ser bem complexas, e a trama, dispensa cometários. Em relação à capa, confesso que ela me enganou completamente, pois jamais iria imaginar que se tratava de uma distopia. Mas ela é bem bonita, e também espero que a editora deixe a série com as capas padronizadas.

    @_Dom_Dom

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  19. Viver sem café e chocolate??? Sem a mínima chance!! Sou chocólatra... mas eu adorei a resenha e a estória parece ser muito boa! Gostaria muito de ler por isso vai pra listinha!!!!

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  20. Eu gosto muito de distopias, mas fiquei em dúvida em relação a essa. Adorei a resenha, mas não sei se eu gostaria do livro. Talvez eu me interesse em lê-lo no futuro!

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  21. Pela capa não esperava q este livro fosse uma distopia! Estou conhecendo ele agora, atraves desta resenha e gostei do tema. Parece ter uma sensibilidade delicada, deve ser bom. =)

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  22. Não conhecia o livro, parece interessante!! Adoro distopias *.*

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  23. Quando vi esse livro, nem passou pela minha cabeça que seria uma distopia, agora que li a resenha, adorei!!

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