10/12/2014

Resenha - Pássaro da Tempestade


Nome: Pássaro da Tempestade
No Original: Stormbird
Autor (a): Conn Iggulden
Tradutor (a): Maria Beatriz de Medina
Páginas: 406
Editora: Record
Comprar: Submarino - Travessa - Saraiva - Cultura
Sinopse: Quando o rei Henrique VI enfim ocupa o trono da Inglaterra, todo o reino fica abalado. Sua saúde fraca e sua falta de coragem e braveza ficam aparentes e, dessa forma, é responsabilidade de seus homens de confiança garantir a segurança da Coroa. A pedido de Henrique, o espião-mor Derry Brewer e William de la Pole, duque de Suffolk, propõem um armistício com a França através de um casamento arranjado com Margarida de Anjou, jovem da nobreza francesa. Porém, nem todos veem esse acordo com bons olhos, e assim nasce uma conspiração, liderada por Ricardo Plantageneta, duque de York, que deseja destronar o rei e ocupar seu lugar. É o início de um período sangrento na Inglaterra, uma guerra civil com alianças e traições na qual a morte está sempre à espreita.

Autor bestseller da série Imperador, Conn Iggulden chega mais uma vez ao topo das listas com sua nova trilogia, Guerra das Rosas. Abordando um dos períodos mais conturbados da história inglesa e que mudou para sempre o futuro do Reino Unido, Iggulden traz uma visão diferente do conflito. Como fã da ficção-histórica fiquei bastante feliz com a rapidez da editora Record em traduzir seu novo livro. Até o momento a maioria dos históricos sobre o período que li eram romanceados por autoras mulheres, com visões de personagens femininas e foi uma experiência ótima ter um olhar novo sobre o período. Conheçam Pássaro da Tempestade.

Quando Henry V morreu de forma abrupta deixando um herdeiro de poucos meses o reino esperou, a Inglaterra esperou pelo filho do homem que levou o reino a conquistar grande parte da França e venceu batalhas impossíveis. Todos esperavam um guerreiro, mas Henry VI está longe de ser filho de seu pai. Criado por monges e religiosos, Henry VI tem a saúde fraca, tanto mental quanto física, quando assume o trono quer a paz a qualquer custo, um armistício que chega com uma noiva francesa e o cedimento de Anjou e Maine. Com aprovação do duque de Suffolk, e ajuda de Derry Brewer, espião-mor do reino o acordo é fechado. Proprietários de terra na França estão revoltados e amedrontados. O exército do rei francês marcha expulsando cidadãos ingleses, queimando casas e estuprando mulheres. O Duque de York está furioso, não foi informado das intenções do rei e como comandante dos exércitos do rei em Calais exige ver o rei, mas Henrique está rezando e é afastado do duque por Derry. York acredita que o rei está fraco demais e que aceita qualquer coisa, que qualquer um propõe. O casamento de Margarida de Anjou era para ser o fim da guerra, mas ex soldados que tinham terra em Anjou e Maine não vão desistir, vão lutar e dar ao rei francês o motivo perfeito para romper o armistício e recuperar não só Anjou e Maine, como toda a Normandia e até mesmo Calais. Margarida não sabe o que fazer pelo marido, precisa de um herdeiro, mas o rei nem a toca, está sempre rezando, delirando e febril. Intrigas e sussurros começam a sugerir que Henry VI é uma ameaça à Inglaterra, e que deve ser substituído ou protegido de gente como Margarida, uma francesa. Presa sem saber em quem confiar ela precisará defender seu frágil marido se não quiser perder tudo.

Iggulden parte da premissa que um acordo de tamanha importância para o reino jamais teria sido arquitetado apenas pelo duque de Suffolk e cria o personagem de Derry Brewer. Espiões-mor existiram por toda a história, mas poucos foram documentados devido ao tipo de serviço que realizavam, por isso a ideia de Iggulden é fascinante. Partindo do armistício como o ponto onde York começou a se revoltar contra o rei, ele desenvolve uma trama de múltiplas frentes e que apresenta os vários fatores que culminaram na Guerra das Rosas. Alternando personagens com vozes narrativas bastantes diferentes o autor consegue uma trama de ritmo variado, onde determinados personagens cativam mais o leitor do que outros, despertando desde curiosidade até a incredulidade.

Conheço bastante o período após a primeira batalha aberta entre os homens de York e o exército do rei, mas o que veio antes disso ainda era bastante nebuloso, foi interessante acompanhar tudo desde o infame casamento do rei. A Margarida de Anjou apresentada por Iggulden é muito mais suave e humana do que o retrato visto comumente em livros do período. Margarida como uma jovem cheia de sonhos e interessada em proteger seu marido foi uma surpresa bem-vinda. Não sabia o que esperar do estilo de Iggulden, estava temerosa diante dos comentários que davam conta de um autor mais sisudo e áspero do que Cornwell, mas o que encontrei foi uma escrita agradável, fundada em boa pesquisa histórica e uma preocupação em abordar não só o lado dos nobres, mas das pessoas comuns, do arqueiro ao duque, dando mais força a história.

Leitura agradável, que flui com naturalidade e instiga não apenas pela curiosidade, mas pela riqueza do período abordado. Gostei muito do estilo de Conn Iggulden e espero que o autor faça mais do que uma trilogia. Curiosa para saber se é possível abordar o tanto que ainda falta em dois livros, é um projeto audacioso, mas pode dar certo. A edição da Record está ótima, capa bem adaptada, gostei da versão que fizeram, com boa fonte e tradução cuidadosa. Recomendado a todos que gostam de ficção histórica mais fiel a realidade, mas ainda assim com um clima de intrigas, segredos e traições. Leiam! Até mais!

Guerra das Rosas - Conn Iggulden
1- Pássaro da Tempestade
2- Trinity
3- Sem Título Ainda

2 comentários:

  1. Nossaaa!! Que legal.. Adoro História e quando envolve a Monarquia,fica mais instigante! As guerras, intrigas,traições feitas para obtenção do poder são inacreditáveis,mas tão comuns naquele período. Adoraria ler uma série dessas,conhecer mais desse período tão conturbado.
    Bjoos *--*

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  2. Adoro história da Inglaterra e desde que assisti a série The White Queen que tô curiosa sobre a Guerra das Rosas, pela resenha o ponto de vista é todo diferente, adorei! Mais real parece e pelo que disse é tão bom ou melhor, adorei a capa também, Ótima resenha! Beijos!

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